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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

SARA SERPA – CLOSE UP (Clean Feed Records)

Cada canção pode ser sustentada e é uma paisagem mutável, colorida com luz e detalhes delineados por um artista, então promove a reimaginação pelo ouvinte. Tomando este conceito bravio, passo dinâmico adicional, como é invariavelmente seu caminho, a vocalista lisboeta, Sara Serpa, une-se à saxofonista Ingrid Laubrock e ao cellista Erik Friedlander para modelar uma sessão de 42 minutos que, como ela observa nas notas para o disco, “pode ser exposta, interpretada e ouvida através de múltiplos ângulos de seu processo criativo e performance”.

Serpa, uma graduada pela Berklee e NEC, cuja educação foi afiada posteriormente no lendário Hot Clube de Portugal, compôs todas as nove faixas. Suas letras são elaboradas em Português e Inglês, ao lado de sua marcante incursão no vocalise, e baseia-se em suas próprias experiências e inspirações como Virginia Woolf; a intelectual feminista belga-francesa, Luce Irigaray; o poeta português Ruy Belo e o cineasta iraniano Abbas Kiarostami. O cineasta de “Close-Up” de 1990, espelha os objetivos multiperspectivas de Serpa. À joia do estilo documentário de Kiarostami, ela nota, “submete os objetos que vêm, os expectadores passam a ser os atores, e o(s) ator(es) passa(m) a ser diretor(es), conforme eles reordenam e reconstroem os eventos presentes e passados”.

No estúdio, cada faixa é gravada organicamente não há edição e retomada, todos os três músicos viajando em qualquer inspiração, liderando, embora permanecendo cônscios, e respeitoso, de outras trajetórias. O trio-definido resulta—alternativamente melancólico, brilhante, desolado, vibrante, jubiloso, pesaroso, perscrutador, sublime, turbulento, mundano e sobrenatural—são colocados antes para o ouvinte, deixando para cada um de nós adicionar nossos próprios assentamentos invulgares de elucidação.

Faixas: Object; Passaros; Sol Enganador; The Future; Listening; Storm Coming; Woman; Quiet Riot; Cantar Ao Fim.

Músicos: Sara Serpa: voz, composições; Ingrid Laubrock: saxofones tenor e soprano; Erik 
Friedlander: cello.

Fonte: CHRISTOPHER LOUDON (JazzTimes)

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