
A paleta que Mehldau usa em “The Garden”, variada como é, também
apresenta o som ao longo da gravação. Em “O Ephraim”— uma das três faixas nas
quais ele conduz toda música sozinho— o piano de Mehldau oscila entre ser
radiante e meditativa como sua voz flutua na suspensão etérea e sussurra no sintetizador
como um batimento cardíaco ao fundo. Ele invoca caos e cacofonia outra vez em
faixas como “The Prophet Is a Fool” e “Proverb of Ashes”, duas canções mais
explicitamente políticas da gravação. Em “Prophet”, Mehldau apresenta amostras
de cantos de “Build that wall! ” dos comícios do presidente para criar um ponto
de início emocional muito alto, poderosos acordes no sintetizador e assalto
impactante da bateria de Mark Giuliana,
que conduz ao explosivo solo de Joel Frahm.
O específico político pode parecer referenciar poder
desajeitado de primeira, mas eles se ajustam quando alguém os ouve no contexto da
gravação completa e as entende como inspirações para a visão do compositor. Mesmo
quando Mehldau encontra Gabriel no título na faixa final do disco, os argumentos
que caem nas ondas de coros de presságios, saltando o suprimento das teclas de
marfim em respostas não claras. Porém, conforme dito, o Senhor trabalha em
formas misteriosas.
Faixas
1. The Garden
2. Born to Trouble
3. Striving After
Wind
4. O Ephraim
5. St. Mark Is
Howling in the City of Night
6. The Prophet Is
a Fool
7. Make It All Go
Away
8. Deep Water
9. Proverb of
Ashes
10. Finding
Gabriel
Fonte: JACKSON SINNENBERG (JazzTimes)
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