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domingo, 17 de novembro de 2019

LARRY CORYELL – HEAVY FEEL (Wide Hive Records)


Apenas um músico mais habilidoso e confiante pode gravar um álbum excelente em dois dias, mas se alguém o qualifica para ser incluído nesta categoria, este é Larry Coryell. Um veterano, de não pouco renome, ainda que sob os radares comparados a outros de mesmo nível como John McLaughlin, o ex líder do “Eleventh House” irradia a segurança de mestre em “Heavy Feel”, o tempo todo mantendo o som distinto de sua guitarra, que escuta atentamente o que vem direto dos influentes títulos do início de sua carreira como “Spaces (Vanguard, 1970) ”.

Trabalhando com apenas três outros instrumentistas nesta sua terceira gravação para a Wide Hive, Coryell mistura sua abordagem com grande inteligência ao longo de nove faixas. "Ghost Note" adere ao conceito sugerido no título do álbum com densos segmentos de guitarra elétrica, ecoando sobre o baixo vigoroso e a bateria de Mike Montgomery e Mike Hughes, respectivamente. "River Crossing, entretanto, é uma mudança imediata com Coryell assumindo o violão para uma brilhante apresentação solo.

Soa sem esforço, mas o empenho do homem é audível como ele atinge a nota após, adequadamente e seguramente, em toda parte, na composição com sabor Indiano. "The Way It Was" reafirma a consistência de entonação de Larry Coryell próximo a meio século de jogo, o resplendor incandescente das notas que ele acerta ouvindo a tradicional guitarra de Tal Farlow ou Jim Hall mesmo com seu ataque em staccato, que evidencia um íntimo conhecimento do sentimento do blues.

Em cada faixa na qual ele aparece durante “Heavy Feel”, o saxofonista George Brooks condimenta o arranjo de "Jailbreak" com algum soprano exótico tocando, se em voo solo ou chama e responde com o líder da banda, sua contribuição sonora como uma parte integral da peça. O álbum aparece no começo, em grande parte porque esta passagem é a única que leva mais de cinco minutos de duração (registra 6:15). Sem dúvida algum renome deveria ir para o produtor Gregory Howe pelo encorajamento e captura deste momento, abordagem vigorosa, mas é também justo dizer que o único modo para aperfeiçoar este álbum seria o alongamento, talvez com uma suíte composicional extensa.

Porém, Larry Coryell tem sempre sido conhecido na forma como verbalizar sua peça e progredir, assim a economia sincera no toque, aqui, não seria nenhuma surpresa. Nem deveria. A profundeza da atmosfera evocada em um número após outro, que nunca é mais espaçosa que a enigmaticamente intitulada "Foot Path to Oasis". Estes amantes da música necessitam de outro herói na guitarra para venerar, devem mudar sua atenção para o nativo do Texas, enquanto estes que o conhecem permanecerão confiantes na audição desta gravação, na qual o objeto da admiração continuará a não merecer comando, lisonja e atenção.

Faixas: Ghost Note; River Crossing; The Way It Was; Polished; Heavy Feel; 2011 East; Sharing Air; Jailbreak; Foot Path to Oasis.

Músicos: Larry Coryell: guitarra; George Brooks: sax soprano; Matt Montgomery: baixo; Mike Hughes: bateria.

Fonte: Doug Collette (AllAboutJazz)

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