playlist Music

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

LAURENCE HOBGOOD – TESSETERRA (Ubuntu Music)


 “Wichita Lineman” de Jimmy Webb, gravada primeiro pela cantora country, Glen Campbell, em 1968, gradualmente, passou a ser um autêntico standard do jazz. Sua melodia e acordes mudam, e estão entre as mais belas músicas de qualquer gênero, desde que em mãos mais hábeis. Pense na versão de Cassandra Wilson de 2002 ou a da orquestra de John Hollenbeck de 2013, que se constituem em arte das mais devastadoras. Agora vem o pianista Laurence Hobgood, que toma os primeiros 12 minutos do seu novo álbum com uma interpretação, doloridamente deslumbrante, que mistura seu trio com um quarteto de cordas.

Esta versão—como o resto de “Tesseterra”—requer grande paciência. Os 67 minutos do álbum contêm apenas sete músicas. Ouví-las é uma experiência envolvente; é música para se sentar tranquilamente com as luzes apagadas, não para comutar como um segue e para do tráfego. As músicas levam tempo para se desenvolver; temas levam muitos minutos se revelando. As cordas apenas introduzem “Wichita Lineman” e, de forma minimalista moderna, sugere Arvo Pärt. Três minutos nos quais Hobgood estabelece o tema familiar, e o baixista Matthew Clohesy e o baterista Jared Schonig juntam-se às cordas para criar uma adorável cortina para  o modo baladeiro de Hobgood.

A cellista Dorothy Lawson, a violista Ralph Farris e os violinistas Kip Jones e Carin Lee apresenta proeminentemente em “Blackbird” dos Beatles, alternando pizzicato e exuberância sobre os três primeiros minutos antes do trio ser ouvido, e eles lideram o caminho em “We Shall Overcome”, transformando a canção de protesto folk dentro de uma peça central empoderada por um clímax de filme. As cordas servem um papel de um jazz mais tradicional em “All of You”, quase desvanecendo através da agitação por trás da seção rítmica, e em “Georgia on My Mind”, onde eles finalizam com toque emocional, dramático e crescente, de Hobgood. No mais surpreendente tratamento do álbum, o sucesso do The Police, “Every Little Thing She Does Is Magic”, adquire um complexo arranjo para cordas, um ritmo mais cuidadosamente considerado e um passo reduzido. É uma reinvenção fascinante, apenas um pouco melosa.

Nas notas para o disco, Hobgood diz que ele considera “Tesseterra” um álbum de jazz em vez de um híbrido de jazz/clássico. Porém, isto é uma subcotação do desempenho. É uma reconfortante mistura de jazz, clássico e pop, que não tem um nome outro que “música”.

Faixas: Witchita Lineman; Blackbird; Georgia On MyMind; Suite: Judy Blue Eyes; We Shall Overcome; All Of You; Every Little Thing She Does Is Magic.

Músicos: Laurence Hobgood: piano; Matthew Clohesy: baixo; Jared Schonig: bateria. Plus ETHEL: Ralph Farris: viola; Dorothy Lawson: cello; Kip Jones: violino; Corin Lee: violino.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: STEVE GREENLEE (JazzTimes)



Nenhum comentário: