
A despeito da postura futurista, as sete faixas em “Oofth” não
são estilisticamente diferentes do que muitos dos pares de Milesi estão fazendo
nestes dias. A estética das cores eletrônica e batidas são derivadas da moderna
música para dança. Um sintetizador borbulha e um resplendor de barulhos pálidos
em cascatas sobre “Doppler” após sua inocente canção de ninar interromper
abruptamente. Bandas de Krautrock estavam
fazendo isto há 50 anos atrás, em torno do mesmo tempo de Miles Davis esteve
fazendo um jazz seguro para distorcer pianos elétricos. Porém, se a estética de
Milesi não é inovadora tanto quanto sugerem os adornos do álbum, ele apresenta
sua visão.
Estas sete canções são destinadas ao cérebro e aos pés, não
ao coração. Elas não impactam emocionalmente, mas elas são sonoramente
interessantes. “I Have No Words”— uma música realmente interessante, com inesperados
acordes em tom menor e uma estrutura intensa—contrasta a bateria saltitante com
as lânguidas linhas do sax. “Redshift” constrói-se como uma grande e lenta canção
de rock e “Tibbish Tizzp”—impulsionada por uma vigorosa linha do baixo e
palpitações da bateria— corridas ao lado de uma mistura do moderno heavy metal e o início da fusion. “Ifth” é uma viagem mais leve, mais
doce, mas não sentimental (certamente não com sua murmurante ausência de toques
eletrificados) e “The Slide Rock-Bolter” tem toque de rock dos anos 80, sua
guitarra baixo inicia relembrado o sucesso do Icicle Works, “Birds Fly (Whisper to a Scream)”. O toque de Milesi
está adorável ao longo do trabalho, ainda que ele esteja majoritariamente contido,
assim é bastante cedo para dizer se ele está desenvolvendo uma voz para seguir
com sua visão. Porém, ele está longe de ter um começo promissor.
Faixas
1 I Have No Words
7:16
2 Bad Goat 6:15
3 The Slide-Rock
Bolter 5:44
4 Ifth 6:01
5 Redshift 6:03
6 Tibbish Tizzp 5:55
7 Doppler 4:50
Músicos: Giacomo
Papetti (baixo); Massimiliano Milesi (saxofone tenor); Filippo Sala (bateria);
Emanuele Maniscalco (piano elétrico, sintetizadores)
Fonte: STEVE GREENLEE (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário