
Quanto à forma que Dave Holland utilizou começou com uma
ótima peça do projeto de Hussain, alguém poderia, também, colocar em ordem
alfabética por ordem de apelido ou notar como o papel central do baixista é
definidor para o som do trio. “Good Hope” não é raga-jazz ou fusion East-Meets-West
(NT: Leste encontra Oeste, em tradução livre). É uma conversação entre
sensibilidades, com o baixo de Holland agindo como ponte entre as tablas de Hussain
e o tenor de Chris Potter.
“Ziandi”, a música de Potter que inicia o álbum, é um caso
em questão. Inicia com Holland estabelecendo uma melodiosa linha improvisada,
cujo balanço é tranquilamente reforçado pelo modelo direto de Hussain. Quando o
tenor de Potter entra, o toque de Holland passa a ser contrapontístico, assim é
menos como um baixo atrás do sax do que um par de improvisações entrelaçadas.
Hussain segue seu líder, ecoando e desencadeando elaborações rítmicas dentro de
linhas melódicas. A música definitivamente apresenta-se como jazz, porém há
algo além desta identidade geral de influências de gênero, que são tão sutilmente
misturadas quanto condimentadas.
Dada a qualidade dos instrumentistas, a música é,
frequentemente, virtuosa, ainda que raramente de forma espalhafatosa. Na canção
título, por instante, há uma plenitude de interação feroz, mas a real “boca
aberta” vem quando eles estabelecem a melodia, e você observa estes acordes pop
abaixo do animado tenor de Potter, que estão vindo do baixo de Holland. Similarmente,
o solo de Hussain passa para o topo de “Lucky Seven”, que o encontra usando
técnicas harmônicas e uso técnico especial das mãos para transformar duas
tablas em bongôs, sinos de agogô e mesmo kalimba.
No entanto, tudo é feito assim tranquilamente, você necessitará aumentar o volume
para apreciar completamente seu gênio—e quando foi a última vez que você
necessitou se curvar a um solo de bateria?
Fonte
1 Ziandi
2 J Bhai
3 Lucky Seven
4 Suvarna
5 Island Feeling
6 Bedouin Trail
7 Good Hope
8 Mazad
Nota: Álbum relacionado
entre os 40 melhores de 2019 pelos críticos do JazzTimes
Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)
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