playlist Music

sábado, 18 de janeiro de 2020

FABIAN ALMAZAN TRIO – THIS LAND ABOUNDS WITH LIFE (Biophilia)


O virtuosismo maravilhoso do piano de Fabian Almazan começou a chamar a atenção quando ele se reuniu à banda do trompetista Terence Blanchard em 2007, mas surgiu com uma impressionante rapidez em torno de 2011 com seu primeiro álbum em trio. É o virtuosismo que traz mais que uma índole clássica em seguida ao jazz: Antes que um suingue espontâneo, Almazan expressa um impressionismo romântico que é negociável em ambos os lados em que se divide, naquilo que deve ser.

As 12 faixas, aqui, foram inspiradas, mais ou menos, por um recente retorno à sua nativa Cuba, da qual ele saiu quando criança. Elas são um bordado de memórias pessoais, homenagens culturais e, mesmo, alusões políticas—“Benjamin” refere-se a um personagem de Animal Farm (NT: A Revolução dos Bichos) de George Orwell, todas explicadas em notas para aqueles que desejem decodificar o programa. Porém, a parcela da música não é a narrativa. Ela baseia-se em abstrações de humor, melodia e movimento, deixando o ouvinte inferir o significado.

Almazan brinca com dinâmicas mais do que o tempo, ocasionalmente em lentas e estabelecidas escalas; outras vezes, em acentuado declínio e tensão. O efeito é uma montanha russa de contrastes em tempo e intensidade, tocou com a abundância de uma orquestra. A baixista Linda May Han Oh tece confortavelmente linhas para o piano, frequentemente uma realização de um balanço cuidadoso contrapuntal, mas que apenas um pequeno solo. Os diálogos deles em “Ella”, “Uncle Tío” e “Folklorism” têm um cuidadoso equilíbrio.

Porém, Almazan começa com um ímpeto não característico. “Benjamin” é um rápido, com dedos bravios, passeio que sobe e desce no teclado. Executado em um rolamento oscilante de precisas oito notas, destroçando poucos compassos por velozes choques dissonantes, suínga com a formalidade revigorante de uma fuga.

“The Everglades” é uma lagoa de suavidade, acordes líricos, varrido por ventos e ondas no meio, e encerra como uma natureza-morta. “The Poets” é calmamente meditativo sem tema vigoroso, então reúne peso e força antes de evaporar.

Onde há um tema, inclina-se pela simplicidade. “Forklorism” balança modestamente para trás e para a frente entre duas notas, mas encontra um fortíssimo poder de redemoinho antes da resolução, para trás, dentro de um motivo minimalista.

O trio é acrescido por um quarteto de cordas para “Bola De Nieve”, uma peça pré-Castro de Carlos Varela. Sua intimidade de câmara move-se a partir de uma espécie de sonata com graça ampla, arqueando colunas de autoridade e volta outra vez. “Jaula”, uma homenagem a Nelson Mandela, tem as magníficas texturas de um concerto de piano, que ocultam sua essencial simplicidade. Finalmente, após um colossal 85 minutos, Almazan encerra com uma adorável surpresa. “Music On My Mind” do grande pianista do Harlem, Willie “The Lion” Smith, transmite uma elegância antiga de pura melodia, que parece, de primeira, fora do lugar. Porém, é apenas o jeito de Almazan dizer que ele é um orgulhoso residente do Harlem.

Músicos : Fabian Almazan, piano; Linda May Han Oh, baixo; Henry Cole, bateria;  quarteto de cordas (8).

Faixas: Benjamin; The Everglades; The Poets; Ella; Songs Of The Forgotten; The Nomads; Jaula; Bola De Nieve; Folklorism; Uncle Tío; Pet Steps Sitters Theme Song; Music On My Mind. (85:32)

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Nota : Este é um dos 40 melhores álbuns lançados em 2019, conforme votação de críticos da JazzTimes.

Fonte: John McDonough (DownBeat) 

Nenhum comentário: