
Royston cresceu em Denver, mas frequentemente visitou seu
pai no Texas. Algo das suas mais duradouras memórias da infância são ligadas ao
“empoeirado” sertão. “Flatbed Buggy” interpreta estas memórias dentro de
melodias agridoces e fascinantes ritmos countries,
e incumbe ao quinteto de câmara de jazz uma instrumentação incomum. Umas
variedades levemente nasais do cello de Hank Roberts e sons finos e agudos de
suspiros do acordeón de Gary Versace são centrais para ambiência de casa no álbum,
e também sua riqueza harmônica. Os outros instrumentistas são John Ellis, na
maior parte do tempo no clarinete baixo, e Joe Martin no baixo. As sonoridades
assombrosas da banda são, de qualquer maneira, estranhas e familiares, como se
elas já existissem, não só no subconsciente de Royston, mas exceto no nosso.
Cada instrumentista é um solista convincente. Nas mãos de
artistas como Versace e Roberts, um acordeón pode singularmente puxar o coração
(“Girl…Woman”) e um cello pode preparar uma festa (“Soul Train”). Porém, “Flatbed
Buggy” é um projeto mais orquestral do que individual. Aparentemente muito dos
arranjos intricados do álbum, com contrariedades em suas passagens internas e expressões,
são espontâneos. A maioria das peças são como “Hourglass”: Quem quer que esteja
pela frente, há quatro outras sombras com entrada complementar ou contrastante.
Royston, como os mais correntes músicos do jazz, escrevem seu próprio material.
Teria sido interessante ouvir esta banda acomodar sua especial linguagem sonora
para uma canção country ou duas do
vasto cânone da música tradicional norte-americana.
Faixas: Soul Train; Bed Bobbin’; Flatbed Buggy; boy…MAN;
Twirler; Dirty Stetson; Hourglass; Bobblehead; The Roadside Flowers; Hold My
Mule; girl…WOMAN; I Guess It’s Time to Go.
Músicos: Rudy Royston: bateria; John Ellis: clarinete baixo,
saxes; Gary Versace: acordeón; Hank Roberts: cello; Joe Martin: baixo.
Fonte: THOMAS CONRAD (JazzTimes)
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