Parte da razão para que
Tony Bennett, 92 anos, tenha permanecido com vigor artístico por décadas é sua
disposição para trabalhar com inesperados parceiros vocais, como evidenciado
pelo “A Wonderful World “(sua colaboração com K.D. Lang em 2002), “Cheek To
Cheek” (seu lançamento com Lady Gaga em 2014) e suas series de álbuns de Duetos
(que incluiu contribuições com Paul McCartney, Aretha Franklin, Amy Winehouse e
Marc Anthony). No novo álbum de Bennett—devotado a composições de George e Ira
Gershwin—seu parceiro vocal é uma das mais esperadas, dado sua longa história
de apresentação do grande repertório norte-americano: Diana Krall. Bennett e
Krall têm, de fato, gravado duetos antes, em seus álbuns “Playin’ With My
Friends: Bennett Sings The Blues (2001)” e “Duets: An American Classic (2006)”.
Porém, “Love Is Here To Stay” marca sua colaboração extensa em seu primeiro
álbum. Uma unusual guinada é que Krall não toca piano na seção, prefere focar
em duetos com o mestre, enquanto a instrumentação é providenciada pelo
impecável trio de Bill Charlap. O resultado é uma joia que exibe não só
longevidade do material, mas o próprio Bennett, que encontrou fama após servir
o exército durante a Segunda Guerra Mundial.
Bennett e Krall oferecem
10 encantadores duetos—incluindo “I Got Rhythm”, “Do It Again” e “Nice Work If
You Can Get It”— e cada vocalista apresenta uma interpretação solo; a dele é
“Who Cares?” e a dela é “But Not For Me”. Apenas como sal e e pimenta podem
trabalhar juntos em receita, os vocais peremptório de Bennett e os mais
delicados de Krall apresentam complementos um ao outro, e várias canções
concluem com um delicioso bocado de canto em uníssono. Na abertura do álbum,
“’S Wonderful”, há um breve segmento no qual Krall, muito suavemente, apresenta
scats sob a liderança vocal de Bennett.
Este momento, ao lado dos risos de Bennett ao final de “I’ve Got A Crush On
You”, ilustra a química e a camaradagem dos vocalistas. Em “Somebody Loves Me”,
há um menosprezo insignificante na reversão de papéis típicos, conforme Krall é
mais exuberante e Bennett é mais moderado. As performances destes vocalistas,
que são mestres da arte de audição, reação e, então, escuta mais proximamente
antes de cada resposta. Uma versão suingante de “My One And Only” apresenta o
fluido piano de Charlap; o baterista Kenny Washington, o atrativo trabalho e
uma estonteante linha do baixo de Peter Washington. Também apresenta as letras
espertas de Ira Gershwin, o importante parceiro para George: “I tell you, I’m
not asking any miracle/ It can be done, it can be done/ I know a clergyman who
will grow lyrical/ And make us, and make us one. NT: Eu te digo, eu não busco
qualquer milagre/ Pode ser feito, pode ser feito/ Eu conheço um sacerdote que
cultivará o lirismo/ E nos faz uma pessoa, e nos faz uma pessoa – em tradução
livre”.
Os fãs mais firmes de
Gershwin deverão querer buscar a versão exclusiva deste álbum, que contém duas
faixas solo adicionias: A leitura de Bennett para “Oh, Lady Be Good!” e a
interpretação de Krall para “How Long Has This Been Going On?”.
Faixas
1. 'S Wonderful
2. My One And Only
3. But Not For Me (Diana Krall solo)
4. Nice Work If You Can Get It
5. Love Is Here To Stay
6. I Got Rhythm
7. Somebody Loves Me
8. Do It Again
9. I've Got A Crush On You
10. Fascinating Rhythm
11. They Can't Take That Away From Me
12. Who Cares? (Tony Bennett solo)
Fonte: Bobby Reed
(Down Beat)
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