
O toque do baterista Antonio
Sánchez tem um prazeroso estrondo e seus pratos enxaguam como carros passando à
meia-noite. A guitarra de Hekselman soa suavemente nas baladas como em “Where
Are You?”. Porém, nas inéditas, com alta energia em “Samurai Hee Haw” e
“Resting Jazz Face”, avoluma-se e desenvolve um afiado corte, e seus solos
lideram a direção de acompanhamentos improvisados triturantes. Vinson, entretanto,
balança para trás e para frente entre o saxofone alto e o soprano. No encorpado
instrumento de sopro, ele assume uma entonação densa, besuntada com molho, que
relembra os mais vigorosos praticantes, como Arthur Blythe e Cannonball
Adderley. No soprano, ele evita soar como um brinquedo, que é o mínimo que você
pode esperar deste cara.
O álbum inclui quatro
inéditas com títulos graciosos— as duas anteriormente mencionadas e “The Pines”
e “Down Homeless”, e versões de vários standards,
incluindo “My Shining Hour”, a faixa título e “Nobody Else But Me”, e isto
nunca fica atolado na reverência. A última peça é particularmente
impressionante, transformando-a em atmosfera suingante de nove minutos completamente
próximo do alto murmurante, guitarra cintilante e bateria estrondosa.
Todas estas tomadas
dessemelhantes ajustam-se reunidas, tal como este grupo singular coloca sua
marca particular em cada nota.
Faixas: My Shining
Hour; The Pines; It’s Alright With Me; Samurai Hee Haw; Where Are You?; Resting
Jazz Face; Down Homeless; Nobody Else But Me. (56:06)
Músicos: Will Vinson,
saxofones alto e soprano; Gilad Hekselman, guitarra; Antonio Sánchez, bateria,
percussão.
Fonte: Philip Freeman
(DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário