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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

JAMES CARTER ORGAN TRIO – LIVE FROM NEWPORT JAZZ (Blue Note)


Gravado no 2018 Newport Jazz Festival, este trabalho encontra o saxofonista James Carter buscando o que ele deixou em “Chasin’ the Gypsy”, seu tributo a Django Reinhardt, em 2000, reformulando algumas das peças mais veneráveis do fabuloso guitarrista com a pratica de um trio bem condimentado no funk.    

Uma ideia que deve arremessar algumas corajosas apostasias de Reinhardt, mas, de fato, para todo seu lendário virtuosismo e gênio inovador, já que a música de Django esteve livremente acessível. E enquanto tenciona as coisas para chamar a fusão do pop-jazz dos dias atuais com elementos incorporados que se sentem entre os clubes parisienses da música nacional contemporânea—as canções das ruas e bares de Paris—junto com a própria herança cigana de Django, e seu intuitivo alcance da tradição clássica europeia, bem como a era do swing do jazz norte-americano. Com poucas modificações na cozinha e libações, haveria muita diferença em sentimentos entre os clubes parisienses,onde Reinhardt se manteve adiante nos anos 1930 e 40 e em um espetáculo de salão suburbano meio século mais tarde.

Às vezes, Carter eleva a intensidade com excursões ao espaço exterior e polifonia, enquanto Gerard Gibbs no Hammond B-3 apresenta um contínuo testemunho no Saturday-night/Sunday-morning (NT: Sábado à noite/ Sábado pela manhã). O baterista Alex White alterna condimentados balanços imersos em suas desconstruções multitexturadas, ocasionalmente parando dentro de solos, que invocam a exibição das raízes, mesmo quando eles se expandem de forma mais modernista, funde formas sonoras livres, demonstrando seu discernimento tão melódico, tanto quanto rítmico e artesanal.

Esta música é bem-vinda e, algo tipo “fusion” desigual, não protetor ou desrespeitoso com sua fonte. Isto é exemplificado pela exultante tomada em “Melodie au Crepuscule”, na qual Carter—após apresentar um solo de soprano, cujo timbre lacrimoso parece satirizar o emocionado sentimentalismo adolescente de um som pop e reconhece a honesta vulnerabilidade emocional que isto representa, conclui com uma série de choramingos sexy, suspiros e lamentos antes de esticar seu timbre e sua linha melódica para trazer resolutamente todas as coisas, prazerosamente, de volta ao funk.

Faixas
1 Le Manoir De Mes Reves (Django Reinhardt) 11:29
2 Melodie au Crepuscule (Django Reinhardt) 10:47
3 Anouman (Django Reinhardt) 10:05
4 La Valse Des Niglos (Gusti Malha) 07:12
5 Pour Que Ma Vie Demeure (Django Reinhardt) 06:26
6 Fleche d'Or (Django Reinhardt) 08:32

Nota: Este álbum foi listado entre os 40 melhores de 2019 por críticos da JazzTimes.

Fonte: DAVID WHITEIS (JazzTimes)

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