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domingo, 29 de março de 2020

AARON PARKS – LITTLE BIG (Ropeadope)

Após uma ausência como líder, o pianista e compositor, Aaron Parks, reemergiu em 2017 com uma nova formação de trio, lançando o altamente aclamado “Find The Way (ECM) ”, que transportou sua linguagem harmônica singular encontrada quatro anos antes, no disco solo “Arborescence (ECM, 2013) ”. “Little Big”, de hoje, entretanto, vem muito mais na inclinação da sua estreia em uma grande gravadora, “Invisible Cinema (Blue Note 2008) ”. A abordagem moderna de uma banda eletrificada, progressões harmonicamente mais lentas e mais frases imediatamente melódicas, revelam, de ponta a ponta, a atitude do rock que foi prevalecente em sua estreia, e soa tão encantadora quanto ele fez uma década atrás.

Parks nunca precipita as coisas, mas antes se concentra em saborear as mudanças para suas ideias melódicas mais completas e belas com abordagem distinta e muito minimalista. Muito como o doce e levemente nostálgico círculo de progressão que é "Small Planet", o espaço com vibração de "Aquarium" ou a mais melancolicamente suspirante "Siren", uma abordagem reducente e modesta pode ser traçada através do álbum inteiro e é sacudida, em raros momentos, por modelos agitados da bateria e mais acompanhamentos improvisados do piano e da guitarra. Enganosamente, em perspectiva, a natureza dos mais recentes lançamentos, leva a gravação a estrondoso início com a abertura de "Kid", que soa como uma tomada moderna da fusion dos anos 70. Aqui, as explosivas rajadas da bateria de Tommy Crane são encontradas por exercícios de inquietações distorcidas na guitarra e dão passagem para o toque dos sintetizadores, que lideram. Por um momento, este som vem a ser altamente reminiscente do recente esforço de Gilad Hekselman, “Ask For Chaos (Motéma/Hexophonic Music, 2018)”, onde contribuições de piano e sintetizador de Parks tocam uma parte importante.

Enquanto a abordagem colorida em instrumentação e arranjo permanece presente ao longo do álbum, a pulsação na subcorrente das composições enfraquece cedo e faz sala por melodias contemplativas apresentadas ao piano, elegantemente acompanhado em forma atmosférica da banda. Asperamente, nos 80 minutos, o passo mais rápido—e, em contraste com a maioria das canções do álbum, mais soando mais esperançoso —"Rising Mind" não salva por completo a segunda metade do álbum da lentidão, mas introduz uma abordagem harmônica mais positiva. E o otimismo é captado no final das músicas e é especialmente proeminente na amável "Good Morning", trazendo “Little Big” para um final reconciliador.

Cônscio da significante quantidade de tempo que se passou desde sua estreia em 2008, Parks não hesita em providenciar um profundo olhar de tudo que, entretanto, cruzou musicalmente em sua mente. Sem dúvida, aqui ou lá, um pouco mais de ornamento ao lado de contornos deve ter mantido esta gravação a partir do pouquinho de sentimento bastante longo até o final. Entretanto, por que deixar o material recortado no chão da sala, se você tem um conceito sonoro que é expresso através de cada canção, quando cada ideia em “Little Big” sente-se relevante e representa uma valorosa anedota?

Faixas: Kid; Small Planet; The Trickster, Professor Strangeweather; Lilac; Aquarium; Digital Society; Siren; Mandala; Hearth; The Fool; Rising Mind; Good Morning; Doors Open.

Músicos: Aaron Parks: piano, teclados; Greg Tuohey: guitarra; David Ginyard: baixo; Tommy Crane: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Friedrich Kunzmann (AllAboutJazz)

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