Após uma ausência como líder, o pianista e compositor, Aaron
Parks, reemergiu em 2017 com uma nova formação de trio, lançando o altamente
aclamado “Find The Way (ECM) ”, que transportou sua linguagem harmônica
singular encontrada quatro anos antes, no disco solo “Arborescence (ECM, 2013) ”.
“Little Big”, de hoje, entretanto, vem muito mais na inclinação da sua estreia
em uma grande gravadora, “Invisible Cinema (Blue Note 2008) ”. A abordagem moderna
de uma banda eletrificada, progressões harmonicamente mais lentas e mais frases
imediatamente melódicas, revelam, de ponta a ponta, a atitude do rock que foi
prevalecente em sua estreia, e soa tão encantadora quanto ele fez uma década atrás.
Parks nunca precipita as coisas, mas antes se concentra em
saborear as mudanças para suas ideias melódicas mais completas e belas com
abordagem distinta e muito minimalista. Muito como o doce e levemente nostálgico
círculo de progressão que é "Small Planet", o espaço com vibração de "Aquarium"
ou a mais melancolicamente suspirante "Siren", uma abordagem reducente
e modesta pode ser traçada através do álbum inteiro e é sacudida, em raros
momentos, por modelos agitados da bateria e mais acompanhamentos improvisados
do piano e da guitarra. Enganosamente, em perspectiva, a natureza dos mais
recentes lançamentos, leva a gravação a estrondoso início com a abertura de "Kid",
que soa como uma tomada moderna da fusion
dos anos 70. Aqui, as explosivas rajadas da bateria de Tommy Crane são
encontradas por exercícios de inquietações distorcidas na guitarra e dão
passagem para o toque dos sintetizadores, que lideram. Por um momento, este som
vem a ser altamente reminiscente do recente esforço de Gilad Hekselman, “Ask
For Chaos (Motéma/Hexophonic Music, 2018)”, onde contribuições de piano e
sintetizador de Parks tocam uma parte importante.
Enquanto a abordagem colorida em instrumentação e arranjo
permanece presente ao longo do álbum, a pulsação na subcorrente das composições
enfraquece cedo e faz sala por melodias contemplativas apresentadas ao piano,
elegantemente acompanhado em forma atmosférica da banda. Asperamente, nos 80
minutos, o passo mais rápido—e, em contraste com a maioria das canções do álbum,
mais soando mais esperançoso —"Rising Mind" não salva por completo a
segunda metade do álbum da lentidão, mas introduz uma abordagem harmônica mais positiva.
E o otimismo é captado no final das músicas e é especialmente proeminente na
amável "Good Morning", trazendo “Little Big” para um final
reconciliador.
Cônscio da significante quantidade de tempo que se passou
desde sua estreia em 2008, Parks não hesita em providenciar um profundo olhar
de tudo que, entretanto, cruzou musicalmente em sua mente. Sem dúvida, aqui ou
lá, um pouco mais de ornamento ao lado de contornos deve ter mantido esta
gravação a partir do pouquinho de sentimento bastante longo até o final. Entretanto,
por que deixar o material recortado no chão da sala, se você tem um conceito
sonoro que é expresso através de cada canção, quando cada ideia em “Little Big”
sente-se relevante e representa uma valorosa anedota?
Faixas: Kid; Small Planet; The Trickster, Professor
Strangeweather; Lilac; Aquarium; Digital Society; Siren; Mandala; Hearth; The
Fool; Rising Mind; Good Morning; Doors Open.
Músicos: Aaron Parks: piano, teclados; Greg Tuohey: guitarra;
David Ginyard: baixo; Tommy Crane: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Friedrich Kunzmann (AllAboutJazz)
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