O pianista Alfredo Rodríguez e o percussionista/vocalista
Pedrito Martinez, cada um, personifica e exemplifica diferentes perspectivas em
jazz Afro-Cubano da geração atual de estrelas ascendentes. Martinez é firmemente
enraizado na tradição e próximo do interminável manancial de balanços. Rodriguez,
na outra mão, enfileira a cadência e a entonação da ilha através de um ambiente
sonoro melodioso em débito com Keith Jarrett, tanto quanto Eddie Palmieri. Em
seus novos álbuns, “Duologue”, os dois músicos não só revelam outros estilos,
mas também alguma profunda reflexão da natureza da cultura que as produzem.
“Duologue” opera como diálogo em múltiplos níveis: Há o
intercâmbio entre dois artistas, claro, mas a gravação também realça as forças
que afetaram duas crianças, que cresceram em Cuba em 1980. O número de abertura,
“Africa”, estabelece a entonação que os dois emprestam ao ritmo Yoruba ao
invocar uma das inflexíveis raízes da música Afro-Cubana. A História mais
contemporânea encontra seu caminho dentro da música também. A encantadora mente
granulosa soa ressonantemente com sintetizadores pop dos anos 80 através das 11
faixas, de uma lenta jam em R&B de
“Flor” à interpretação turbulenta de “Thriller” de Michael Jackson.
Estas considerações culturais tão cativantes são a
verdadeira beleza de “Duologue”, que é o completo prazer que se revela adiante
a partir de cada nota que Rodríguez e Martinez tocam juntos. Seus estilos
misturam-se para criar canções com lirismo doloroso, aquarelas de paisagens
sonoras, que são conduzidas por cativantes balanços de mambo. Faixas como
“Cosas del Amor”, “Jardín Soñador” e “Mariposa” parecem sonhos cromáticos,
baladas e poemas com entonações infantis inspiradas, que questionam e
reverenciam. É fácil se perder
nesta música encantadora.
Faixas:
Africa; Estamos Llegando; Thriller; Cosas Del Amor; Duologue; El Punto Cubano;
Flor; Jardín Soñador; Super Mario Bros 3; Mariposa; Yo Volveré.
Músicos: Alfredo Rodriguez: teclados, vocal; Pedrito
Martinez: percussão, vocal.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: JACKSON SINNENBERG (JazzTimes)
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