O primeiro
álbum do CUP, o duo do guitarrista Nels Cline e da tecladista-produtora Yuka C.
Honda, inicia com uma reflexiva vibração no esquema da raga. Arejadas flautas
de bambú e modelos da guitarra como uma sitar flutante e tranquilamente
espalham-se. Como o padrão sintetizado na abertura, Cline entoa a frase titular,
“cada momento”, projetando como um centro Zen do qual ele extrapola em pesadas
ondas de efeitos sobre sinos suavemente cintilantes. Porém, a gravação não se
agarra a tal tranquilidade, adicionando filtragem de batidas eletrônicas, alfinetando
linhas de guitarra e incrementa uma harmonia ondulante em combinações mutáveis.
Os músicos são sublimemente versáteis e hábeis: Cline um veterano do jazz, cuja
reputação tem sido alimentada por seu interminável trabalho imaginativo em
Wilco e Honda, que fez sua marca em Cibo Matto. Juntos, o casal apresenta uma
rica arte-pop com ambiência e textura taciturna, mas um pouco de música. Mesmo
assim, o exploratório solo, impulsionado pelo rock de Cline goteja no esquema
de Bowie, “Don’t Move”, é sem preço. E o enquadramento pós-bossa da faixa
título, com duas camadas de guitarra acústica bamboleando o brando canto
paralelo, mostra do que o duo é capaz quando eles gastam um pouco mais de tempo
na composição para apresentar seu extraordinário arsenal em um mais memorável
recipiente.
Faixas: Every
Moment; Berries; Don’t Move; Soon Will Be Flood; Spinning Creature; Tokyo Night
Janitor; As Close As That. (41:08)
Músicos: Nels
Cline, guitarras, percussão, flauta de bambú, vocais; Yuka C. Honda, eletrônica,
drum machine, piano, sintetizador,
vocais.
Para conhecer
um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
Fonte: Peter
Margasak (DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário