Para fãs casuais, uma trilha sonora, frequentemente, é mera lembrança associada a um filme que eles amam, em vez de uma compilação que eles revisitam frequentemente. No caso particular de “Bolden”, há uma leve diferença no espírito entre o filme e a trilha sonora. A melancolia do diretor Dan Pritzker, um filme bem ambientado sobre o cornetista e líder de orquestra de New Orleans, Charles “Buddy” Bolden (1877–1931) é uma estória não linear que retrata racismo, brutalidade, vício em drogas, doença mental, misoginia, prostituição e outras formas de exploração, tanto quanto providencia um olhar rápido imaginado de um específico ambiente social do qual o jazz é originário.
A trilha sonora, elaborada por Wynton Marsalis, é uma amplamente excursão interessante dentro de estilos iniciais do gênero, destramente apresentado pelo trompetista e membros da sua aclamada Jazz at Lincoln Center Orchestra (JLCO), ao lado de um talentoso elenco de convidados, incluindo a cantora Catherine Russell (que tem uma ponta no filme). Separado de angustiante imagens cinemáticas de filme para maiores de 16 anos, o programa musical tem mais qualidade esperançosa, músicas vigorosas são misturadas com baladas pungentes e alguma vulgaridade para menores de 13 anos, como nas letra e no arranjo de Marsalis para a canção tradicional, “All The Whores Go Crazy (About The Way I Ride)”. Cada faixa, neste programa com 26 canções, é primorosamente executada, seja um composição de Marsalis desenhada para evocar como a banda de Bolden soaria ou uma canção de Hoagy Carmichael (“Stardust”), Irving Berlin (“Russian Lullaby”), Fats Waller (“Black And Blue”), Edward “Kid” Ory (“Muskrat Ramble”) ou Jelly Roll Morton (“Funky Butt [I Thought I Heard Buddy Bolden Say]”). Se a noção da audição do tenteto de Marsalis flui livre no arranjo de Louis Armstrong para “Tiger Rag” da Original Dixieland Jazz Band for algo que intrigará você, então esta trilha sonora definitivamente pertencerá à sua coleção.
No filme, Gary Carr (Downton Abbey) representa Bolden, e Reno Wilson (Mike & Molly) tem o papel de Armstrong. Marsalis providencia as partes do cornet e trompete para os personagens (o trompetista da JLCO, Marcus Printup, também toca na trilha sonora), mas Wilson efetiva seu próprio suíngue, imitando o estilo vocal de Satchmo em diversas canções, incluindo a cômica “I’ll Be Glad When You’re Dead, You Rascal You”.
Outros artistas envolvidos no projeto são músicos da JLCO, como o pianista Dan Nimmer, o trombonista Wycliffe Gordon, Delfeayo Marsalis (que produziu o álbum, mas não toca nele) e o clarinetista Dr. Michael White, que toca na trilha sonora e escreve um ensaio nas notas para o disco. White opina sobre como o passado está conectado ao presente da Crescent City (New Orleans) : “[Wynton Marsalis] profundo conhecedor da música de sua nativa New Orleans está refletido na forma como seu trompete expressa este orgulho, prazer e espírito desafiador do canto, que descende de Buddy Bolden a Bunk Johnson e de King Oliver a Louis Armstrong e todos grandes instrumentistas nesta linha, incluindo Terence Blanchard, Nicholas Payton e o próprio Wynton”.
Músicos : Wynton Marsalis (Cornet, trompete), Ali Jackson (bateria), Brianna Thomas (vocal), Carlos Henriquez (baixo), Catherine Russell (vocal), Dan Nimmer (piano), Don Vappie (guitarra, vocal), Julie Bruskin (cello), Marcus Printup (trompete), Michael White ( clarinete), Reno Wilson(vocal), Sherman Irby (saxofone alto), Ted Nash (saxofone alto,clarinete), Victor Goines(saxofone alto , clarinete, clarinete em dó), Vincent Gardner ( trombone, trombone de válvula), Walter Blanding (saxofone tenor, clarinete) e Wycliffe Gordon (trombone, trombone de válvula)
Fonte: Bobby Reed (DownBeat)
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