Onde uma vez mais os violinos
tiveram arranjos regados com tempero semi-clássico, álbuns como Mutations (ECM)
de Vijay Iyer, The Inner Spectrum Of Variables (Pi) de Tyshawn Sorey e Alcanza
(Biophilia) de Fabian Almazan têm realizado a noção da polinização da música de
câmara com jazz, mas que algum sonho de Terceira Via. E com o audacioso e original
“Origami Harvest”, o trompetista e compositor Ambrose Akinmusire leva a
composição de jazz com cordas para um novo patamar.
Quando Akinmusire excursionou
com o projeto “Origami Harvest”, antes da gravação, a música foi uma “mistura de
jazz/rap/clássico” em parte para explanar a presença do rapper Kool A.D. e o Mivos String Quartet. Porém, a música em
si, realmente, não costura o jazz, rap e clássico. Em vez disto, reutiliza elementos
para criar algo notavelmente singular.
Dada a ambição
eclética de trabalho inicial de Akinmusire, particularmente, o de 2014, “The
Imagined Savior Is Far Easier To Paint (Blue Note)”, este não viria como
surpresa. Porém, mesmo o excepcional poder deste trabalho não prepara
completamente os ouvintes para a audácia do que vem.
Para iniciantes,
Akinmusire conduz o sentimento para evocação do hip-hop sem um baixista, frequentemente,
sem uma linha de baixo. Em vez disto, ele confiará em uma cadência rítmica a
qual ele recorre —às vezes estabelecido, às vezes insinuado—ao longo do
trabalho. Por instante, “Miracle And Streetfight” inicia com um ruidoso
trabalho da bateria de Marcus Gilmore, no qual a pulsação básica da música
transporta-se como uma clave. Quando o resto da banda apresenta-se, piano e acordes
de cordas continuam a referência rítmica, enquanto Gilmore, Akinmusire e Kool
A.D. trabalham com elaborações contrastantes. Por volta dos 15 minutos, o
saxofone de Walter Smith III aparece, circulante e suplicante, simultaneamente desmoronando
e observando por telescópio as ideias rítmicas. Isto é seguido por por um quarteto que expande o material, harmônica e ritmicamente,
que passa para uma agitada e elegíaca conclusão, ancorada na linha pesarosa do
trompete de Akinmusire.
E ainda, tão poderoso
quanto o toque do trompete está aqui, separado da furtiva e sensível “Free
White And 21”, Akinmusire, frequentemente, parece mais ser uma presença tanto
quanto o instrumentista Gilmore, o pianista Sam Harris ou o quarteto de cordas.
Onde seu gênio na maior parte, agudamente, é sentido na sua forma de compor, que
não só apresenta uma riqueza de ideias, mas o organiza com vigor, ingenuidade
e graça, e que faz esta colheita merecedora de agradecimento.
Faixas: The Lingering
Velocity Of The Deads’ Ambitions; Free White And 21; Particle/Spectra;
Americana/The Garden Waits For You To Match Her Wilderness; Miracle And
Streetfight; A Blooming Bloodfruit In A Hoodie. (59:46)
Músicos: Ambrose
Akinmusire, trompete, sintetizador (3), vocal (2); Kool A.D., vocal (4, 5, 6);
Lumbrjck_t, vocal (3); Sam Harris, piano, teclados (5, 6); Michael Aaberg, teclados
(6); Marcus Gilmore, bateria; Olivia De Prato, Lauren Cauley Kalal, violinos;
Victor Lowrie Tafoya, viola; Mariel Roberts, cello; Walter Smith III, saxofone tenor
(5).
Fonte: J.D. Considine
(DownBeat)
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