
O fervoroso saxofone de Liebman expressa a justaposição com Drake
e o papel da bateria e instrumentos de percussão de Rudolph, que salpicam e
saltam como grandes ondas batendo nas pedras de Maui. A interação é conduzida
pelos percussionistas, e, como eles recolhem a força viva, as linhas de Liebman
tornam-se arqueadas e prolíficas. Quando dois percussionistas estão tocando
juntos como um dueto, a música inclina-se ao lado de uma linha polírritmica.
Rudolph explana, nas notas para o disco, o processo
empreendido durante a performance: "Chi
é o que os taoístas descrevem como uma energia vital.... Chi anima todas as frequências de vibração, de uma pedra a um
pensamento, de uma atividade subatômica a espirais de galáxias. É nossa genuína
respiração, sangue e eletricidade".
A música certamente aproxima “Chi! Em cada frase, batida e
explosão. Em "Emergence" e "Whir", segue-se uma dança, com Liebman
retorcendo linhas no sax soprano sobre ritmos exuberantes.
"Emergence" também apresenta o wooden
recorder de Liebman, que adiciona um motivo repetitivo em "Whirl"
de Rudolph no sintir (um baixo com
três cordas coberto por pele tocado como um alaúde, que é usado pelos Gnawan, que habitam regiões do Norte
África).
"Flux" salta, como um coelho surpreendido por uma
raposa. Frases de Liebman saltam, ricocheteiam e tartamudeiam sobre o terreno traçado
pela percussão—um sistema de sulcos, balanços e encrespamentos. Como a música
alcança o ponto de meio termo, os solos de Liebman, com um eco eletrônico, ressoam
tão seguros, quanto chega no topo de um cume de um amplo canyon. A meio caminho
de outra música, "Continuum,", os percussionistas improvisam em uma
espécie de montanha russa das colagens do som de Liebman.
Nada completamente põe a mesa para "Formless Form".
Aqui, o espaço musical é uma linha arqueada e direta, não é o passo mais amplo
e rápido. Em vez disto, como a luz refletindo em uma lagoa, a música parece refratar
e difundir caminhos misteriosos e atraentes.
Se a energia vital é o objetivo, “Chi” certamente a alcança.
Esplendidamente elaborado, o álbum providencia uma gravação de descobertas sonoras
formidáveis, de tempo e espaço, em uma noite.
Faixas: Becoming; Flux; Continuum; Formless Form; Emergence;
Whirl.
Músicos: Dave Liebman: saxofones soprano e tenor, piano, wooden recorder; Adam Rudolph: percussão
(kongos, djembe, tarija), piano (1), sintir, vocal multifônico, percussão, electronic processing; Hamid Drake: kit
de bateria, vocal, frame drum,
percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Don Phipps (AllAboutJazz)
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