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domingo, 12 de abril de 2020

DAVE LIEBMAN, ADAM RUDOLPH, HAMID DRAKE - CHI (RareNoiseRecords)


Gravado ao vivo no clube de jazz experimental de John Zorn, o The Stone, em Maio de 2018, o trio do extraordinário saxofonista Dave Liebman e os multi-instrumentistas/percussionistas Hamid Drake e Adam Rudolph usam seu álbum “Chi” para apresentar surpreendentes tonalidades de poemas e explorações musicais dinâmicas.

O fervoroso saxofone de Liebman expressa a justaposição com Drake e o papel da bateria e instrumentos de percussão de Rudolph, que salpicam e saltam como grandes ondas batendo nas pedras de Maui. A interação é conduzida pelos percussionistas, e, como eles recolhem a força viva, as linhas de Liebman tornam-se arqueadas e prolíficas. Quando dois percussionistas estão tocando juntos como um dueto, a música inclina-se ao lado de uma linha polírritmica.

Rudolph explana, nas notas para o disco, o processo empreendido durante a performance: "Chi é o que os taoístas descrevem como uma energia vital.... Chi anima todas as frequências de vibração, de uma pedra a um pensamento, de uma atividade subatômica a espirais de galáxias. É nossa genuína respiração, sangue e eletricidade".

A música certamente aproxima “Chi! Em cada frase, batida e explosão. Em "Emergence" e "Whir", segue-se uma dança, com Liebman retorcendo linhas no sax soprano sobre ritmos exuberantes. "Emergence" também apresenta o wooden recorder de Liebman, que adiciona um motivo repetitivo em "Whirl" de Rudolph no sintir (um baixo com três cordas coberto por pele tocado como um alaúde, que é usado pelos Gnawan, que habitam regiões do Norte África).

"Flux" salta, como um coelho surpreendido por uma raposa. Frases de Liebman saltam, ricocheteiam e tartamudeiam sobre o terreno traçado pela percussão—um sistema de sulcos, balanços e encrespamentos. Como a música alcança o ponto de meio termo, os solos de Liebman, com um eco eletrônico, ressoam tão seguros, quanto chega no topo de um cume de um amplo canyon. A meio caminho de outra música, "Continuum,", os percussionistas improvisam em uma espécie de montanha russa das colagens do som de Liebman.

Nada completamente põe a mesa para "Formless Form". Aqui, o espaço musical é uma linha arqueada e direta, não é o passo mais amplo e rápido. Em vez disto, como a luz refletindo em uma lagoa, a música parece refratar e difundir caminhos misteriosos e atraentes.

Se a energia vital é o objetivo, “Chi” certamente a alcança. Esplendidamente elaborado, o álbum providencia uma gravação de descobertas sonoras formidáveis, de tempo e espaço, em uma noite.

Faixas: Becoming; Flux; Continuum; Formless Form; Emergence; Whirl.

Músicos: Dave Liebman: saxofones soprano e tenor, piano, wooden recorder; Adam Rudolph: percussão (kongos, djembe, tarija), piano (1), sintir, vocal multifônico, percussão, electronic processing; Hamid Drake: kit de bateria, vocal, frame drum, percussão.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Don Phipps (AllAboutJazz)

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