playlist Music

domingo, 19 de abril de 2020

DAVID HAZELTINE – THE TIME IS NOW (Smoke Sessions Records)


O trigésimo-quarto trabalho de David Hazeltine como líder justapõe-se a seu poder como compositor, intérprete de material standard, improvisador, tão bem como a capacidade para conversar e interagir com seus companheiros. Há algo mágico sobre os caminhos nos quais o pianista emprega estas habilidades, evitando enfatizar em detrimento de outros, e na realização de faixas bastante moderna, que são equilibradas, encantadoras, incisivas e substantivas. É fascinantemente consistente ouví-lo em um esquema no curso intermediário, misturando emoção e intelecto, embora primorosamente combinando frases suaves e rápidos voos, e ofertando uma força firme de ideias sem sobrecarregar a música ou soar forçado.

“The Time Is Now” documenta a conexão do progresso musical de Hazeltine com o lendário jazzista, o baixista Ron Carter e o baterista Al Foster, cujas performances na gravação emparelham com as reputações deles. Os esforços de Carter e Foster combinam firmeza, uma franqueza de todas as possibilidades, e a impressão distinta de que as experiências inerentes em décadas ao realizar música criativa são ativamente colocadas para tocar.

A abrangência interpretativa do líder de canções célebres é impressionante. Ele transforma o otimismo vistoso de "The Odd Couple" de Neal Hefti em algo escasso, melancólico e circunspecto. A fluidez das batidas afro-cubanas de Foster, um tratamento latino leve, elegante e otimista de "Smoke Gets In Your Eyes" de Jerome Kern é irresistível, praticamente levando você ao salão de dança. Por isto, quem assumiu que nunca ouviram outra versão genuinamente inspirada de "In A Sentimental Mood" de Duke Ellington, aqui está. As alterações de Hazeltine na textura, dinâmicas e ênfase, bem como a manutenção, ainda que breve, de uma ou duas notas atrás, então as inserindo em locais inesperados, cria um pequeno e suave senso de drama.

Todas as seis composições de Hazeltine erguem-se delicadamente ao seu jeito tão bem quanto não fazendo bons emparelhamentos com material original. Uma em particular, "The Parlayer", é a mais recente em uma longa linha de suas músicas ("Pearls", apresentado no recentemente lançamento de Michael Dease pela Posi-Tone Records e “Bonafide” é outro bom exemplo) que sente como uma vivamente desenvolvendo uma série de enigmas, preenchido com flutuações, pausa e frases geniais, todos embalados em um pacote amplo. É um prazer genuíno ouvir a naturalidade na qual ele unifica diversos temas breves e alegremente suinga bastante.

As improvisações de Hazeltine evidencia uma ampla paleta dentro de uma relativamente convencionalidade (pense por volta do meado do século XX nos estilos de piano do jazz com ênfase no bebop), em contexto suingante. Indiferente de onde ele vai, o trio sempre permanece uma unidade coesiva. Ao longo de "Blues For Eddie" e "The Parlayer" ele está em constante estado de evolução, ainda que a música não se solte como particularmente ativa ou exigente. Como uma intensidade laser, sempre se transforma em algo mais genial e rítmico. Durante "Cabin In The Sky", "Muse Of Montgomery" e "Signals" simples grupo de notas galopam sobre quase segurar Carter e Foster, apenas para, repentinamente, aterrissar em um espaço comum.

“The Time Is Now” reafirma a estatura estilística de Hazeltine como ampla, articulada e enérgica. Altamente recomendado.

Faixas: The Time Is Now; The Odd Couple; Smoke Gets In Your Eyes; Cabin In The Sky; Blues For Eddie; Don't Let Me Be Lonely Tonight; When I'm Here With You; The Parlayer; In A Sentimental Mood; Muse Of Montgomery; Signals.

Músicos: David Hazeltine: piano; Ron Carter: baixo; Al Foster: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: David A. Orthmann (AllAboutJazz)


Nenhum comentário: