O título do novo álbum de Eric Reed tem um duplo significado—
assim, todos entendem o blues, e todos o sentem de tempo em tempo. “Seu blues não
deve ser meu blues, mas todos o alcança”, ele escreve nas notas para o disco. Muito
verdadeiro, mas este álbum é bastante jubiloso para ser uma mensagem de
despedida. Após ouvi-lo, você entenderá intuitivamente—se você já não o fez—porque
Eric Reed é um dos mais confiáveis e qualificados pianistas na tradição do gospel-jazz.
Reed cresceu na igreja—seu pai foi um pregador de uma Igreja
Batista da Filadelfia—e aqui, acompanhado pelo saxofonista Tim Green, pelo
baterista McClenty Hunter e pelo baixista Mike Gurrola, ele filtra medleys pop, standards do jazz e composições inéditas através do prisma do gospel.
Isto vem mais claramente através de sua própria “New Morning”, cuja adorável
introdução solo no piano, com suntuosas expressões de acordes com inflexões do
blues, relembra “Night Train” de Oscar Peterson. Há uma reinterpretação de uma
música de Coltrane (“Naima”), uma homenagem a Freddie Hubbard (“Up Jumped
Spring”), e fragmentos de duas canções tradicionais pop—“Yesterday” dos Beatles,
em um medley com “Yesterdays” de
Jerome Kern e “Don’t You Worry ’Bout a Thing” de Stevie Wonder, que aparece
como uma etiqueta no final de “Cedar Waltzin’”, um aceno de Reed para Cedar
Walton. Uma composição atual de Walton, “Martha’s Prize”, é a remodelação aqui
de um número funk. Próximo do fim, Reed toca uma frase na animada, e que cola, “Strasbourg/St.
Denis” de Roy Hargrove, uma linha mantida em espírito otimista neste álbum, apesar
do seu título.
Faixas
1 Everybody Gets the Blues 3:49
2 Cedar Waltzin' ~ Don't You Worry 'bout a Thing 8:23
3 Naima 5:28
4 Martha's Prize 7:49
5 Yesterday ~ Yesterdays 6:07
6 Up Jumped Spring 8:48
7 Dear Bud 5:00
8 New Morning 9:30
9 Road Life 4:36
Para conhecer um pouco deste trabalho assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: MATTHEW KASSEL (JazzTimes)
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