
Nascido na Grã-Bretanha, o tecladista John Escreet não
esqueceu nada disto, e com uma formidável linha dorsal com uma dupla bateria, um
baixista sólido na batida do rock e dois solistas magníficos, ele está longe de
conectar todos os pontos.
Sua banda movimenta-se alegremente entre suas estropolias
com sintetizadores retrô, apresentando entonações—picos, apitos e ganidos— fora
de moda desde o auge de Keith Emerson em lustrosa eletrônica, que mapeia o
estalo da bateria de Eric Harland e Justin Brown. Quando ele se afasta de tudo,
ainda que, Escreet apresente o vigor e escopo harmônico, pelo qual ele veio a
ser conhecido como membro da banda de Antonio Sánchez.
Este vigor é essencial quando o líder vai frente-a-frente
com Harland e Brown em “Global Citizen”, uma locomotiva surgindo, que se finalmente
afasta para um minuto final de diálogo divertido entre Nicholas Payton e Greg
Osby. “Smokescreen” que segue, inverte o modelo, passando de uma longa
introdução no trompete para um rouquenho segmento free, apresentando Payton e Escreet. “A World Without Guns”, em
tempo médio, estende a abordagem acústica, providenciando Osby com o palco para
um solo particularmente atrativo, e “Test Run” providencia Escreet com sua melhor
oportunidade para apresentar formidáveis talentos ao piano.
Uma vez mais Escreet conecta-se, ele está apenas bastante
disposto a satisfazer sua curiosidade por décadas de sons antigos, agita
“Opening”, que traz à mente a original Mahavishnu
Orchestra com suas notas rápidas em arpejos sintetizados e um esquema à la Billy
Cobham na bateria, e a peça título, que é preenchido com entonações sintetizadas
da velha escola, que soará nova para alguns ouvintes e meramente irritantes
para outros. O breve encerramento “Humanity Please” também é algo reminiscente
de Alice Coltrane antenada através da era benvinda de Santana— cintilante
sintetizador e piano elétrico com um novelo flutuante do saxofone por cima.
Um destaque do álbum, a pomposa “Lady T’s Vibe”, estabelece-se
em algum lugar no meio, com abundantes e estalantes linhas do baixo de Matt
Brewer, sutilezas eletrônicas, uma parte atrativa de piano elétrico e um
trabalho deslumbrante do trompete.
Em mãos inexperientes, esta espécie de combinação de
altos contrastes de explorações contemporâneas acústicas e eletrônica deve sair
do dano binário, não agradando ninguém. Porém, o genuíno interesse de Escreet no
final do espectro sonoro, o que é óbvio, é sua habilidade para trazer
instrumentistas de alto impacto para realizer o trabalho.
Faixas: Opening;
Broken Justice (Kalief); Lady T’s Vibe; Test Run; Learn To Live; A World
Without Guns; Smokescreen; Global Citizen; Contradictions; Humanity Please.
(67:28)
Músicos: John
Escreet, piano, teclados; Nicholas Payton, trompete; Greg Osby, saxofone alto;
Matt Brewer, baixo; Eric Harland, Justin Brown, bateria; Teresa Lee, vocal.
Fonte: James Hale (DownBeat)
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