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sexta-feira, 8 de maio de 2020

ERNESTO CERVINI´S TURBOPROP – ABUNDANCE (Anzic Records)


No papel, Ernesto Cervini’s Turboprop não parece muito com o Art Blakey’s Jazz Messengers— um baterista líder de um sexteto com três instrumentos de sopro. Porém, onde a liderança de Blakey focou pesadamente na condução rítmica, Cervini adota uma abordagem mais nuançada. Não é apenas estes padrões, rotineiramente, em escalas, para ajustar o baixista Dan Loomis e o pianista Adrean Farrugia que estão bem estabelecidos. Cervini toca a bateria como alguém que tem um arranjador no coração, cuidadosamente colocando cada acento para o máximo impacto melódico.

Isto é firmemente surpreendente, porque Turboprop é uma espécie de banda que coloca mais ênfase no ato de compor em relação à improvisação, com arranjos que ressalta a interação da banda, enquanto engenhosamente enquadra a melodia. Eles são claramente profundos ouvintes, como a versão deles para “Tadd’s Delight” tem grande alegria com a harmonia Dameroniana, enquanto “My Shining Hour”, que toma sua inspiração a partir da gravação de “Turn Up the Quiet” de Geoff Keezer de 1998, é quase um namorado da visão criativa do pianista. Mesmo a normalmente sentimental “Smile” (a composição melhor conhecida de Charlie Chaplin) toma uma dignidade inesperada nas mãos do trombonista William Carn.

Não são inclinações de adereços, quando vem apresentando seus materiais próprios. “The Queen” do saxofonista Tara Davidson, que inicia o álbum, imagina o grupo como uma orquestra em miniatura, exibindo saxofones harmonizados contra o trombone e piano sobre um balanço melodioso e bem conduzido pelo baixo. É um escrito cativante e colorido, e as interjeições da banda completa, que cobre o solo rítmico genial de Cervini. “Abundance Overture”, de Loomis, adota uma abordagem diferente em contraponto, um malabarismo de temas rítmicos e melódicos conforme se constrói, voz a voz, a banda crescendo em sua afirmação antes de dar o caminho para um prazeroso duo de sax por parte de Davidson e Joel Frahm. “Abundance” é a melhor espécie de elevação musical.

Faixas: The Queen; Tadd's Delight; My Shining Hour; Smile; Abundance Overture; The Ten Thousand Things; Gramps; Song For Cito.

Músicos: Tara Davidson: saxofones alto e soprano, flauta; Joel Frahm: saxofone tenor; William Carn: trombone; Adrean Farrugia: piano; Dan Loomis: baixo; Ernesto Cervini: bateria.

Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)


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