No papel, Ernesto
Cervini’s Turboprop não parece muito com o Art Blakey’s Jazz Messengers— um baterista líder de um sexteto com
três instrumentos de sopro. Porém, onde a liderança de Blakey focou pesadamente
na condução rítmica, Cervini adota uma abordagem mais nuançada. Não é apenas
estes padrões, rotineiramente, em escalas, para ajustar o baixista Dan Loomis e
o pianista Adrean Farrugia que estão bem estabelecidos. Cervini toca a bateria
como alguém que tem um arranjador no coração, cuidadosamente colocando cada
acento para o máximo impacto melódico.
Isto é firmemente surpreendente, porque Turboprop é uma
espécie de banda que coloca mais ênfase no ato de compor em relação à
improvisação, com arranjos que ressalta a interação da banda, enquanto
engenhosamente enquadra a melodia. Eles são claramente profundos ouvintes, como
a versão deles para “Tadd’s Delight” tem grande alegria com a harmonia Dameroniana, enquanto “My Shining Hour”,
que toma sua inspiração a partir da gravação de “Turn Up the Quiet” de Geoff
Keezer de 1998, é quase um namorado da visão criativa do pianista. Mesmo a normalmente
sentimental “Smile” (a composição melhor conhecida de Charlie Chaplin) toma uma
dignidade inesperada nas mãos do trombonista William Carn.
Não são inclinações de adereços, quando vem apresentando
seus materiais próprios. “The Queen” do saxofonista Tara Davidson, que inicia o
álbum, imagina o grupo como uma orquestra em miniatura, exibindo saxofones harmonizados
contra o trombone e piano sobre um balanço melodioso e bem conduzido pelo baixo.
É um escrito cativante e colorido, e as interjeições da banda completa, que
cobre o solo rítmico genial de Cervini. “Abundance Overture”, de Loomis, adota
uma abordagem diferente em contraponto, um malabarismo de temas rítmicos e
melódicos conforme se constrói, voz a voz, a banda crescendo em sua afirmação antes
de dar o caminho para um prazeroso duo de sax por parte de Davidson e Joel
Frahm. “Abundance” é a melhor
espécie de elevação musical.
Faixas: The
Queen; Tadd's Delight; My Shining Hour; Smile; Abundance Overture; The Ten
Thousand Things; Gramps; Song For Cito.
Músicos: Tara Davidson: saxofones alto e soprano, flauta;
Joel Frahm: saxofone tenor; William Carn: trombone; Adrean Farrugia: piano; Dan
Loomis: baixo; Ernesto Cervini: bateria.
Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)
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