
A participação de Kühn nestas peças é profunda. Ele e
Coleman trabalharam como um duo entre 1995 e 2000, tocando em 16 concertos juntos,
mas lançando apenas um álbum, o agora fora de catálogo “Colors (1996)”. De
acordo com as notas para o disco de Kühn, Coleman escreveu inteiramente um novo
conjunto de peças para cada exibição, deixando ao pianista uma biblioteca de
cerca de 170 músicas não gravadas. Ele interpreta, aqui, 11 delas.
Estas músicas “perdidas” são marcadas com duas versões de “Lonely
Woman”, que dá um senso de abordagem de Kühn. Na primeira, sua mão esquerda
martela no ponto, como o baixo do falecido Charlie Haden, em quanto a sua mão
direita esboça a melodia em harmonia melancólica: clássico Coleman. A segunda versão,
por contraste, toma uma abordagem quase saturada na harmonia, com acordes densos,
como se cada nota no tema de Coleman girasse suas próprias galáxias das
possibilidades de acordes. Estilo Ligeti em Coleman?.
O resto do álbum cai entre estes dois polos. Alguns momentos,
como a abertura do manifesto em “Lost Thoughts”, são descaradamente sentimentais;
outros, tais como “Aggregate and Bound Together” carrega uma beleza severa, que
evoca curtidas como Vincent Persichetti. Não é “música bonita” no senso de uma
audição fácil, mas o que Kühn criou é tão genuinamente maravilhoso quanto
musicalmente complexo, um tributo apto para o falecido, grande harmônico-melodista.
Faixas: Lonely
Woman; Lost Thoughts; Immeriscible Most Capable Of Being; Songworld; Physical
Chemistry; Tears That Cry; Aggregate And Bound Together; Hidden Knowledge; Love
Is Not Generous, Sex Belongs To Woman; She And He Is Who Fenn Love; Somewhere;
Food Stamps On The Moon; Lonely Woman; The End Of The World.
Fonte: J.D. Considini (JazzTimes)
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