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sexta-feira, 29 de maio de 2020

KEN VANDERMARK / NATE WOOLEY / SYLVIE COURVOISIER / TOM RAINEY – NOISE OF OUR TIME (Intakt)


O solo Intakt da Suíça veio a ser um importante repositório para um gênero que deve ser chamado “refinado free jazz”. É um nicho produtivo dentro da forma de arte jazz: tenso o bastante para excitamento, estruturado o bastante pela coerência. A faixa de abertura de “Noise of Our Time”, “Checkpoint” de Sylvie Courvoisier, tem o precipitado e derramado saxofone do tenor de Ken Vandermark e turbulências contrapontísticas em quatro vias. Porém, suas chamadas e respostas selvagens também revelam intensa audição coletiva. Dentro da cacofonia, há mesmo algo como um formato líder-solo-líder.

É impressionante como um pequeno grupo é transformado, quando o baixista está ausente, especialmente quando o baterista nunca mantém o tempo. Tom Rainey espalha acentos e cores. O resultado é que os outros três instrumentistas operam em amplo espaço aberto. O quarteto nunca tocou junto como uma banda até eles realizarem esta gravação, em uma sessão de 4 horas. Todos, exceto Rainey, contribuem com três composições cada. As músicas de Courvoisier são mais espirituosas. As de Vandermark são mais densas e complexas. Aquelas dos trompetistas Nate Wooley são maravilhosamente estranhas: “The Space Between the Teeth” desloca-se entre zumbidos, erupções frenéticas e incertos longos silêncios, enquanto “Songs of Innocence” inicia tão formal e imponente e vem a ser uma desarmonia alucinante do clarinete/trompete.

“Noise of Our Time” é sobre composições, que lideram a forma da banda concebida no momento, em vez de solos. Há aqueles que prendem você com as costas na cadeira, como “Tag” de Vandermark. Courvoisier mantém você na borda de sua cadeira, porque se sente que o piano dela não pode ser contido. Seus solos deslizantes parecem sobrecarregar e transbordar o teclado e mantém o derramamento.

A capacidade deste álbum para a surpresa é imensa. Nada nas primeiras oito faixas prepara-se pela graça medida e serenidade melódica de “Simple Cut” de Vandermark. Porém, há no final o significado.

Faixas

1. Checkpoint 05:03       
2. Track and Field 06:39
3. Sparks 03:44 
4. The Space Between the Teeth 06:12 
5. Tag 04:32       
6. Songs of Innocence 04:17       
7. VWCR 04:00 
8. Truth Through Mass Individuation 04:03         
9. Simple Cut 05:41
               
Fonte: THOMAS CONRAD (JazzTimes)

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