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sexta-feira, 1 de maio de 2020

LEE KONITZ NONET – OLD SONGS NEW (Sunnyside)


O título poderia apenas, facilmente, ter sido “Old Freedoms Reimagined”. Lee Konitz, que em 1949 como um membro do Lennie Tristano Quintet ajudou a inflamar a trilha para a livre improvisação no marco “Intuition”, aqui, explora algo muito diferente, mas não menos desafiante, uma espécie de liberdade. Em vez de criar , espontaneamente, sem nenhum plano ou estrutura, ele utiliza um material já familiar para ele (incluindo sua própria composição tingida de bebop “Kary’s Trance”), imerge nas ricamente coloridas paisagens aurais do arranjador Ohad Talmor e, então, como expostos nas notas para o álbum de Talmor, produz  “cada toque sobre ou ajusta-se dentro dos sons suntuosos à vontade … onde a música fica , simultaneamente, em si e complementa a inspiração de Lee, quando ele escolhe tocar juntamente com ela”.               
                  
Realmente, este trabalho é mais uma vitrine para Talmor como é para Konitz, as orquestrações em noneto são trabalhos completamente concebidos em si, minissinfonias, de fato. Por sua parte, o tom do nonagenário Konitz está facilitando algo, seu vibrato mais amplo e mais aquoso em certos locais, e, especialmente, nas baladas, ele está adicionando algum xarope em sua entonação, com seu coração mais visível em sua conexão (como se ele pudesse agora permitir revelar uma vulnerabilidade que deve ter sido um anátema em seus dias de Jovens Turcos). Ele continua a improvisar, primariamente, na melodia em vez de numa estrutura de acorde e, a despeito de sua abordagem cerebral e de sua firme evasão de sentimentalidade, ele permanece um instrumentista profundamente comovente, se por nenhuma outra razão do que sua profunda execução, palpável com bela obsessão. Embora haja um senso de isolamento, uma completa solidão no âmago da sua narrativa, ele, entretanto, relaxa em sua intimidade de comunicação com seus companheiros músicos (e, por implicação, com o ouvinte), invocando uma espiritualidade um pouco profunda, se não necessariamente manifesta, tais como místicos do free-jazz como Coltrane, Ayler, e seus discípulos atuais.

Faixas

1 Good Bye 5:55                             
2 Foolin' Myself 4:28                     
3 In the Wee Small Hours 4:41                  
4 Kary's Trance 5:27                       
5 I Cover the Waterfront 9:34                   
6 This Is Always 7:28                      
7 You Go To My Head 6:45                         
8 Blues 4:46

Músicos: Lee Konitz – saxofone alto; Ohad Talmor – saxofone tenor (5), arranjador, condutor; Caroline Davis - flauta; Christof Knoche – clarinete; Denis Lee – clarinete baixo; Judith Insell – viola; Mariel Roberts – cello; Dimos Goudaroulis – cello; Christopher Tordini - baixo
George Schuller – bateria.

Fonte: DAVID WHITEIS (JazzTimes)

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