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quinta-feira, 25 de junho de 2020

SARA SERPA – RECOGNITION : MUSIC FOR A SILENT FILM (Biophilia)


O novo álbum de Sara Serpa começou como uma trilha sonora para um filme que ela montou para fazer uma crônica e crítica ao nacionalismo português em Angola. O filme consiste em um completo arquivo em Super 8 do período colonial, que findou em 1975, junto com o novo material, para nos lembrar o passado com esta subjugação, brutalidade e resistência, que nunca desapareceram. A música em si, entretanto— disponível através da Biophilia após Serpa previamente planejar o lançamento independente— representa, admiravelmente, apenas suas próprias questões e desafios.  

Quando Serpa canta letras (raramente neste trabalho), ela convoca um doce e plena entrega recortada reminiscente de Sandy Dedrick do Free Design. Porém, ela faz do vocalise seu suprimento de ofício, confiante e sucinta no som de cada vocal emitida. Espaço, espaço controlado, sempre regras alojadas: Serpa na parte de frente, mas o pianista David Virelles encaixado atrás dela, fornecendo contraponto. Zeena Parkins segue-os na harpa e ocasionalmente voa com bifurcações ajustadas. O saxofone de Mark Turner passeia dentro e fora da mistura, suas firmes entonações flamejantes e abrasadoras, não aquecem, completamente, ao fugir de uma fogueira ao ar livre.

Tais arregimentações faz desdobrar-se dentro das letras atuais, às vezes. Uma seção com palavras faladas detalhando os horrores coloniais, por exemplo, enlaçados em torno de si em pouco tempo para um arabesco de colagem de som. Outra faixa nos lembra Queen Nzinga of Ndongo and Matamba, uma rainha guerreira fascinante e diplomata, e eu aposto que você não ouviu falar dela (eu pelo menos não ouvi). Tais faixas deixam a ambiguidade de um material sem palavra por trás, mas elas reconhecem, de fato, que o projeto tem um fundamento para interpretar. Filme ou não filme, eu o encorajo a sintonizá-lo.

Faixas

1 Lei Do Indigenato, 1914 4:16                 
2 Occupation 4:54                          
3 The Multi-Racialism Myth 4:07                             
4 Free Labour 4:03                         
5 Beautiful Gardens 4:41                             
6 Mercy and Caprice 3:40                           
7 Civilizing Influence 2:30                           
8 Queen Nzinga 4:31                     
9 Absolute Confidence 4:16                       
10 Control and Oppression 5:32                              
11 Propaganda 4:50                       
12 Unity and Struggle 5:39          

Fonte: ANDREW HAMLIN (JazzTimes)



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