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segunda-feira, 1 de junho de 2020

STEVE COLEMAN AND FIVE ELEMENTS – LIVE AT THE VILLAGE VANGUARD, VOL. 1 (THE EMBEDDED SETS) (Pi)


De acordo com muitos que os viram em ação, King Oliver e Louis Armstrong, foram tão ligados um ao outro no palco, que eles poderiam delinear complexos e espontâneas improvisações em perfeito uníssono — assim, em sincronia os ouvintes não poderiam crer que eles não tivessem composto aquilo anteriormente (Armstrong, posteriormente, confirmou que eles tinham, realmente, criado de forma improvisada). Steve Coleman and Five Elements estão engajados em algo similar em “Live at the Village Vanguard, Vol. 1”, desfocando, mesmo além do que usualmente os músicos de jazz fazem, a distinção entre “improvisando” e “compondo”.

Para ser claro, esta música não é exatamente uma espécie de uma improvisação “free” de post-Ascension frequentemente associado com coletivos tais como AACM, BAG e sua descendência musical. Na maior parte, soa firmemente estruturada, baseada na reconhecida melodia e temas rítmicos, que recorrem em várias permutas e diferentes configurações sobre o curso de duas performances, ao vivo, documentadas aqui. A melodia de “Embedded #1”, a peça central do trabalho, foi “composta em um momento extemporâneo. Sem qualquer edição”, são as notas de Coleman que nos conta, expondo qual é sua missão aqui, que é criar uma linguagem pessoal constituída de palavras musicais . . . e frases que mudam de vários modos a forma da dinâmica das conversações. Um método de composição espontâneo, em outras palavras, na qual as “conversações” entre compositor e companheiro de banda estão tão comprometidas com o resultado do trabalho, plenamente realizado e criado no momento, ao contrário destes aparentemente miraculosos duetos entre Armstrong e Oliver aproximadamente a um século atrás.

Na maioria dos casos, o sax alto de Coleman estabelece um tema que outros utilizam para suas próprias contribuições até um trabalho completo da banda emergir. Às vezes, entretanto, uma passagem em uníssono, que soa pré-arranjada (ainda que não haja dúvida de um solo improvisado anterior, lembrado e codificado) inicia uma peça; em poucas ocasiões— “Little Girl I’ll Miss You” de Bunky Green, “Figit Time” de Doug Hammond—  composições de outros são utilizadas como plataformas para os voos improvisadores do grupo. Tudo isto significa que é um desafio complexo, que combina uma estética sofisticada e bem pensada com uma igualmente, e paradoxalmente, bem imaginado senso de travessura— nós nunca podemos estar inteiramente seguro quão verdadeiramente “espontâneas” todas estas composições são.

No entanto, a imaginativa destreza estimulante de Coleman, do trompetista Jonathan Finlayson, o guitarrista Miles Okazaki, o baixista Anthony Tidd e o baterista Sean Rickman asseguram que estejamos cativados durante o trabalho, e a acuidade com estes “five elements – cinco elementos” permite que ouçamos, respondemos a, e joguemos fora uma outra, tal qual os espíritos de Armstrong e Oliver devem estar olhando para baixo e sorrindo mediante seus legados forjados.

Faixas: (CD1): Horda; Djw; Little Girl I’ll Miss You/Embedded #1; idHw; twf; Figit Time; Nfr; Little Girl I’ll Miss You; Change the Guard; (CD2): rmT/Figit Time; Nfr; idHw; twf; Horda; Embedded #1; Djw; rmT/9 to 5.

Músicos: Steve Coleman: saxofone alto; Jonathan Finlayson: trompete; Miles Okazaki: guitarra; Anthony Tidd: baixo; Sean Rickman: bateria.

Fonte: DAVID WHITEIS (JazzTimes)

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