Este trio estabelecido pelo saxofonista Jeremy Udden deve
parecer, no papel, ter sido lançado junto com pouca premeditação. Nas notas
para o disco, Udden estabelece que, apesar dele e o baixista acústico Nicolas Moreaux
terem colaborado frequentemente, o baterista John Betsch era novo para eles, tendo
tocado com Udden apenas uma vez antes. A lista das faixas também registra algo
impetuoso, apresentando não menos que quatro peças compostas pelo saxofonista/compositor
Steve Lacy, uma de Ellington, o compositor clássico Jerome Moross e Don Cherry
(o último tributo ao saxofonista Jamaicano e pioneiro do ska, Roland Alphonso),
e 2/3 terços do próprio Udden, incluindo o final livremente improvisado, “One
for Us”.
Tudo isto considerado, “Three in Paris”, gravado sobre o que
Udden descreve como “duas tardes privadas de sono” em Paris, une-se marcantemente
bem, com os fragmentos adicionando um conjunto impressionante. “Roland Alphonso”,
que inicia as coisas, suporta pouca semelhança com uma ilha musical de dança
alegre e seu tema é feito com o Skatalites;
em vez disto, é cerebral, leve e relaxado, dando aos três músicos o espaço
necessário sem o sentimento apressado. Das músicas de Lacy, três delas
programadas consecutivamente, “Bone”, a última, é a mais viva, providenciando
alguns dos mais espirituosos momentos do álbum, que tende a desdobrar-se em um
passo vagaroso. “Azure” de Ellington, também, suporta uma elasticidade que
permite aos três instrumentistas—com Udden no soprano (que ele alterna com o
sax alto ao longo do álbum) — brincar um com o outro mais que nas outras faixas.
“Three in Paris” deve ter sido algo como um encontro fortuito, mas todos
trabalharam até o fim.
Faixas:
Roland Alphonso; Lazy Afternoon; Who Needs It? ; Hope; Azure; Prayer; The
Crust; Bone; Folk Song 2; One For Us. (45:59)
Músicos: Jeremy Udden, saxofones alto e soprano; Nicolas
Moreaux, baixo; John Betsch, bateria.
Fonte: JEFF
TAMARKIN (JazzTimes)
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