
Com um som que emite um sentimento fora de hora e um comando
do seu instrumento que são majestosos e granulosos, cultivado sobre um catálogo
inflado, o saxofonista alto Michaël Attias tem sido um instrumentista
importante na cena jazzística de vanguarda. O soberbo “Nerve Dance” de 2017,
creditado ao
Michaël Attias Quartet,
manifestou uma estética assombrosa. Ele mantém esta ambiência com seu primeiro adequado
álbum solo, que é algo maravilhoso. Em “Échos la Nuit”, Attias assume o papel
de mágico multitarefa, improvavelmente, tocando sax alto com sua mão esquerda e
piano com a direita.
Enquanto isto, ele funde
adicionais camadas de som dentro destas improvisações minimalistas, usando a reverberação
da sala onde houve a gravação e “a ressonância sensível das cordas do piano
estabelece-se dentro da vibração do som do saxofone” conforme ele escreve nas
notas para o álbum. O disco é sui generis não apenas por estar fora da
abordagem tradicional, mas também devido ao fato que ele o impulsiona em uma
hora, sem sobreposições adicionais.
Attias prova um controle de humores, enquanto apresenta passagens
melódicas mais esparsas em 12 peças cinemáticas que compõem “Échos la Nuit”. Começando
com “Echoes I: Mauve” ele estabelece uma quietude perturbadora. Desligando-se
de frases sopradas em fogo lento e o teclado fazendo cócegas e atacando os
instrumentos em uníssono, ele cria emocionantes e hipnóticas paisagens sonoras,
que são estranhamente cativantes e espessas com tensão, usualmente, ao mesmo
tempo. Isto é evidenciado pela, alegremente, excêntrica e sobrenatural “Trinité”
e “Wrong Notes”, o cambaleante blues de “Sea in the Dark” e o ruído da respiração
circular impulsionando “Circles”, que encontra Attias adicionando o movimento
da percussão combativa. Completamente improvisado, “Échos la Nuit” é um show de
uma pessoa só, em mais alta ordem.
Faixas: Echoes
I: Mauve; Trinité; Grass; Autumn I; Autumn II; Fenix III; Circles; Rue
Oberkampf; Wrong Notes; Song for the Middle Pedal; Sea in the Dark; Echos II:
Night.
Fonte: BRAD
COHAN (JazzTimes)
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