Com uma robusta e rica entonação, algo em algum lugar entre
o trompetista clássico francês Maurice André e o flugelhorn de Chuck Mangione,
Brad Goode tem o cartão para a última chamada de instrumentista de jazz: Um som
imediatamente reconhecível. O fato é que ele também atua em registro alto como o
rival Maynard Ferguson faz, Goode é um dos mais desconhecidos dos
instrumentistas de jazz.
Reunido ao grande Ernie Watts no sax tenor e a uma sólida
seção rítmica formada por Adrean Farrugia (piano), Kelly Sill (baixo) e Adam
Nussbaum (bateria), Goode exibe-se como mestre absoluto do trompete em “That'sRight!”,
com uma entonação consistente e impressionante variedade.
O que o mantém atrás é uma carência de músicas excelentes.
Goode incluiu composições de cada instrumentista neste lançamento, mas fora a
faixa de abertura, é uma reinterpretação (a joia de Harold Arlen, "Blues
in the Night") e "I Want to Talk About You" de Billy Eckstine,
que providenciam os mais fortes veículos para Goode e Companhia exibirem seus
talentos. Na maior parte, as composições inéditas estão ausentes de temas
memoráveis nos quais se constroem uma improvisação.
Em "Blues in the Night", Goode mostra sua
habilidade com uma surdina, alcançando um sentimento clássico do suíngue—soando
como uma jam session em torno de 1945
para a abertura do coro. Sua improvisação subsequente está firmemente dentro de
um estruturalmente moderno modo post-bop,
embora mantendo a tonalidade de um grande instrumentista de uma big band. O solo seguinte de Watts
mantém esta interessante dicotomia do som do jazz clássico associado a um tema
moderno bastante desconstruído. Os dois instrumentistas de sopro então se unem
para revisitar o estribilho antes de intercambiar, e, então, favorecendo o rompimento
para baixo, compartilhando a liderança. O otimismo vai um pouco do fim
desapontado para um fim fabuloso, entretanto.
"I Want to Talk About You" encontra o instrumento
de Goode surdinado, mas com mais modulação da abordagem de Miles Davis.
Introspectivo e restrito, é um toque dos mais amorosos do lançamento de Goode. Ele
acaricia cada nota, tocando seu trompete quase como sax tenor sax em cima de
uma suave oferta a partir da seção rítmica.
Das inéditas, só "Half Moon" de Farrugia é,
provavelmente, para ficar em sua cabeça. Após a abertura inteiramente harmônica
de Farrugia, Goode pausa a abertura com uma brilhante fanfarra robusta em alto
registro, com tão rica entonação como um flugelhorn. Watts então expande incrementalmente
o tema, nunca se desviando muito longe da melodia deliciosa de Farrugia, antes
de Goode e Farrugia reunirem-se para series adoráveis de solos e refrões.
"Perplexity", que as notas para o disco escritas
por Neil Tesser indicam a ser a faixa favorita de Goode na gravação, inicia
prometendo um tema interessante na abertura. Porém, o principal tema de Goode não
é forte o bastante para manter a canção reunida nas numerosas interpolações da
banda e reimaginações. Outra inédita de Goode, "Who ParkedtheCar?",
tem mais ambição e melodia mais memorável, embora após brilhante abertura,
Farrugia basicamente abandona o que poderia ser um solo final.
"A Sense of Fairness" de Sill inicia com Goode e
Watts tomando uma condução compartilhada da harmonia, antes de Sillex mergulhar
no tema com um extenso solo de baixo suportado pelo piano de Farrugia. Outra
vez, o desafio para o ouvinte é que há que engajar a atenção com confiança. "WeThree"
de Nussbaum sente-se similarmente abarrotada por uma ausência de tema imediato.
O mesmo "Letter From Home" de Watts que reflete o seu lançamento de 2016,"Wheel
of Time", é o que no mundo do rock seria descrito como um "preenchimento"
de faixa.
Talvez a faixa mais interessante aqui é a do encerramento,"Jug
Ain't Gone", composta pelo falecido Von Freeman como um tributo ao
companheiro saxofonista tenor, Gene Ammons. Outra vez encontra Goode tocando
seu trompete como um saxofone—mais atlético que muscular, mais flexível que
agressivo. O solo de Farrugia aqui exibe mais fidelidade ao tema do que em outras
faixas, e a própria extensa fuga de Watts no saxofone tenor é uma homenagem
esplêndida a Ammons e a Freeman.
Faixas:
Half Moon; Regret; Perplexity; Blues in the Night; A Sense of Fairness; Letter from
Home; We Three; Who Parked the Car?; I Want to Talk About You; Jug Ain't Gone.
Músicos:
Brad Goode: trompete; Ernie Watts: saxofone tenor; Adrean Farrugia: piano;
Kelly Sill: baixo; Adam Nussbaum: bateria.
Fonte: Jim
Trageser (AllAboutJazz)
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