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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

DAYNA STEPHENS – LIBERTY (Contagious)


A narrativa parece inequívoca como a altura do elevador: Crescendo, o ainda jovem saxofonista foi acometido por uma doença, que requereu intensa diálise, está agora soprando com um claro atestado de saúde. E pela primeira vez em nove discos como líder, ele está tocando com um formato de trio sem um instrumento harmônico. Médica e musicalmente, ele adiciona a Liberdade (Liberty).

Porém, o que Dayna Stephens, tal como qualquer músico atraente (ao lado da sua firme recusa a sucumbir a suas muitas angústias), resiste a narrativas fáceis. Como Joe Henderson, suas frases vêm com ritmos e harmonias imprevisíveis. Como Stan Getz, a restrição de sua balada é, enganosamente, poderosa. Nenhuma destas características é especialmente contributiva para um trabalho livre, mas Stephens não está comprometido com esta espécie de liberdade. Em vez disto, ele seleciona o terreno dos instrumentos, iluminando o contraste, e deixa ver as árvores dentro da floresta.

Uma das mais bem conhecidas composições de Stephens, “The Lost and Found”, foi memoravelmente gravada por Gretchen Parlato, e apareceu no álbum de estreia do saxofonista, em 2007, “The Timeless Now”, com o mesmo time que está em “Liberty”—Eric Harland na bateria, Ben Street no baixo—mais o pianista Taylor Eigsti. Nesta interpretação em trio, Stephens encurta a introdução, troca seu tenor pelo barítono, e provoca o tempo levemente. Porém, o que permanece aqui é a intimidade, a sobriedade, e o belo solo de Street.

Em similar disposição, Stephens reprisa “Kwooked Stweet”, sua variação de “Straight Street” de Coltrane, que ele primeiro gravou com um sexteto em seu disco de 2012, “Today Is Tomorrow”. Esta versão personaliza melhor sua afinidade pelo primoroso lirismo de Trane e faz uma deliciosa companhia precedente a “Faith Leap”, enraizado em um refinamento da assinatura dos refrões de Harland em “Giant Steps”, enquanto toma, a tempo, este trote em vez de uma corrida de curto prazo.

O uso do sax alto por parte de Stephens, com alguma dublagem do sax soprano, executa “Tarifa” em uma ramificação auditiva, sua “exótica” reminiscência de entonação da primeira vez em que colocou os olhos na África a partir da costa espanhola. Outras peças como “Ran” e “Wil’s Way”, previamente gravadas com bandas mais amplas, são reconsideradas para Stephens fazer a voz primária em suas próprias músicas. Tudo dissipa quaisquer prolongamentos de reservas, que alguém possa ter tido no seu nicho dentro do firmamento do jazz.

Faixas: Ran; Faith leap; Kwooked Stweet; The Lost and Found; At Least 37th Cousins; Loosy Goosy; Tarifa; Rhyming History; Planting Flowers; The Sound Goddess; Wil's Way.

Músicos: Dayna Stephens: saxofone tenor; Eric Harland: bateria; Ben Street: baixo.

Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)

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