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domingo, 30 de agosto de 2020

IVAN CONTI – POISON FRUIT (Far Out Recordings)


Se a música em seu quarto álbum solo, “Poison Fruit”, é um verdadeiro indicador, Ivan "Mamão" Conti não perdeu seu fantástico ouvido de produtor ou toques de instrumentistas para clubistas ou dançarinos no Brasil. Um lendário líder de banda, percussionista e baterista, e compositor, Mamão ameniza “Poison Fruit” deixando-o amadurecer nas mãos de dois mais jovens, tradutores/embaixadores da nova geração: o filho de Mamão, Thiago Maranhão, que supervisionou a remixagem de cinco bônus deste trabalho, e o tecladista Daniel Maunick, filho de Jean-Paul "Bluey" Maunick do “Incognito” (e alcunha do empresário hip-hop "Dokta Venom"), que coproduziu as faixas originais.

Embora haja uma grande porção de complexidade na música, a maioria das canções apresenta Mamão, um membro fundador do "samba doido" ("crazy samba") do futurista grupo brasileiro, Azymuth, com dois ou três músicos, principalmente os tecladistas Maunick e Fernando Moraes e/ou, em tempo integral, o baixista Alex Malheiros. O destaque é "Bacurau" uma música com uma selva eletrônica do DIY com melodias percussivas e eletrificadas que exploram profundamente a música dançante do Brasil, que surgem do outro lado da música dançante da África, apresenta só Mamão e ninguém mais. Este balanço flui forte e caloroso, não irritadiço e ressonante como outra música dançante eletrônica, e faz o retrato de Conti, tranquilamente, estabelecer todas estas diferentes melodias e máquina de ritmos e, então, permitindo a ele mesmo um pequeno e tranquilo sorriso conforme sua música rola em seus próprios termos. "Tempestades" de Conti é outra peça solo, apresentando seu maravilhoso toque de bateria.

O título da faixa reflete e refrata o estilo disco norte-americano dos anos 1970 e subsequente música do Eurodisco em detalhe cintilante. O baixo da bateria sai da sua batida, disco metronômica, como uma suave, mas insistente pulsação, ocasionalmente desencadeando uma pequena cascata de notas, embora Mamão despeje extensas, suaves correntes de sintetizadores e teclados no topo como uma bebida de verão. "Ecos Da Mata", que emparelha Mamão com Maunick, parece capturar o som dentro da mente de Sun Ra conforme ele atravessa uma pista de dança de disco brasileira—uma diferente embalagem, um sabor diferente, mas o mesmo bombom doce.

Em outras partes do seu “Poison Fruit”, tais como "Jemburi" e "Encontro", Mamão estende a arte do jazz brasileiro com eletrônica explorada por George Duke e outros profissionais antigos—muita música moderna no caminho que usa tecnologia digital, ainda, a propósito, serve para manter o sentimentalismo real e genuíno.

Faixas: Aroeira; Jemburi; Encontro; Bacurau; Ninho; Ilha Da Luz; O Ritual; Poison Fruit; Que Legal; Ecos Da Mata; Tempestades; Ilha Da Luz (alcunha para "Mamão's Brake") Tenderlonious Remix; Encontro (aka "Azul") Glenn Astro Remix; Que Legal Reginald Omas Mamode IV Remix; Encontro (aka "Azul") Max Graef Remix; Poison Fruit (Dokta Venom's Digital Dub Mix).

Músicos: Ivan Conti: bateria, vocal, percussão, sintetizadores, teclados; Alex Malheiros: baixo, vocal; Fernando Moraes: Fender Rhodes, sintetizadores, teclados; Daniel Maunick: sintetizadores, FX, teclados, percussão; Thiago Martins: baixo, vocal, guitarra; Kiko Continentino: vocoder, sintetizadores; Tenderlonious: remixer; Glen Astro: remixer; Reginald Omas Mamode IV: remixer; Max Graef: remixer; Dokta Venom: remixer.

Fonte: Chris M. Slawecki (AllAboutJazz)


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