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terça-feira, 11 de agosto de 2020

JONATHON CROMPTON - INTUIT (New Lab)


 “Intuit”, o título da canção da estreia do emigrante australiano Jonathon Crompton, inicia, auspiciosamente, com o sax alto de Crompton rangendo fragmentos da melodia entre grunhidos harmônicos, como um difícil grasnado no contraponto do tenor de Ingrid Laubrock. Antes de seguir, eles estão unidos ao baixo de Adam Hopkins e à percussão de Kate Gentile, fustigando a pulsação sem realmente assumir o comando. No momento, o tenor de Patrick Breiner une-se à mistura, e “Intuit” estabelece-se como a melhor espécie de improvisação coletiva, construída não no entorno do toque, mas ouvindo e reagindo.

Frustrantemente, não há mais porções deste arrojo no álbum. “Apathy”, com Breiner no clarinete baixo, há alguma adorável interação lentamente produzida, com Laubrock brilhando especialmente, mas muito do álbum encontra Crompton focando em uma espécie de uma abordagem de coral centrada no sax, onde a interação depende mais do entrelaçamento das vozes do que na improvisação guiada pelo ritmo.

Isto não é, necessariamente, uma coisa má, particularmente sem a seção rítmica, em “Primacy of Gesture, quando a interação centra-se em Crompton e no tenorista Patrick Booth. Ouvindo os dois interagirem é como fosse uma espionagem de uma conversação de um par de premiados pensadores, com cada declaração defendida por uma contramelodia iluminada e provocativa.

Crompton não deixa as coisas inteiramente acontecerem, e há alguns corais de sax, adoráveis, particularmente em “Courage” e “Catherine”. Mesmo assim, os melhores momentos de “Intuit” são mais sobre promessas que realização artística, como se Crompton parecesse estar, apenas, reforçando sua promessa como compositor e improvisador.

Faixas: Intuit; Courage; Apathy; Dreaming; Primacy of Gesture; Catherine; Suite in A Major; December.

Músicos : Jonathon Crompton: saxofone alto; Ingrid Laubrock: saxofone tenor (1-4, 7, 8); Patrick Breiner: saxofone tenor (1, 2, 4- 8), clarinete baixo (3); Patrick Booth: saxofone tenor (5, 6); Adam Hopkins: baixo; Kate Gentile: bateria.

Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)


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