Parece como um passo para uma livre improvisação do grupo
chamar a si mesmo de “psych-jazz”, especialmente quando envolve Daniel Carter, um
multi-instrumentista conhecido por amplos sopros em seus instrumentos. Porém,
os minutos da abertura de “Fresh Dialect” evoca uma noite quando Syd Barrett deve
ter ficado fora do palco, deixando o resto de Pink Floyd rolar sem ele. Principalmente,
a cena psicodélica do órgão, no esquema Farfisa, de Mathew Putman, no entanto
Hillard Green (baixo) e Federico Ughi (bateria) estabelecem um rústico e pesado
balanço. Antes de Carter e Patrick Holmes adentrarem, nos clarinetes, tocando
ideias separadas, que fluem juntas. Ao final da faixa de 19 minutos, as coisas
são transformadas através de uma improvisação solta do jazz, mas o espírito
está estabelecido.
A vibração relaxada continua ao longo do trabalho. Seguindo
o álbum ao vivo do ano passado, “Telepatia Liquida”, o grupo construiu “Electric
Telepathy, Vol. 1” a partir de uma série de improvisações de estúdio, que foram
editadas. Ao lado da peça de abertura, as outras quatro faixas apresentam performances
bastantes concisas, todas com menos de seis minutos. O grupo nunca recorre ao sopro
desinibido, preferindo criar algo mais meditativo que feérico. Se as coisas
iniciam soando um pouco caóticas ou indefesas, a Telepathic Band faz jus ao seu nome e move-se em uníssono. “Ease
Tease” trabalha como um forte interlúdio entre faixas, com o trompete de Carter
liderando a chamada e Holmes adicionando o comentário atrás dele. Passando para
o saxofone tenor em “Lust-Call”, Carter desenha o caminho, iniciando e
encerrando sozinho, enquanto seus companheiros de banda, com comodidade , atrás
dele, adiciona alguma cor antes de mudar de lado. De certa forma, encerra o
álbum com algo anticlimático. Porém, às vezes esta é a via em que a música se
desdobra. Sempre nos deixa querendo mais.
Faixas
1 –
Flesh Dialect
2 –
Horticultural Techniques
3 – Ease
Tease
4 –
Ghost-Watch
5 –
Lust-Call
Fonte: MIKE
SHANLEY (JazzTimes)
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