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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

MICHELE ROSEWOMAN´S NEW YOR-UBA - HALLOWED (Advance Dance Disques)

A evolução do New Yor-Uba, com a síntese esmerada da pianista Michele Rosewoman do moderno jazz e antigas tradições folclóricas Afro-Cubanas, tem sido uma jornada de magnificência em câmara lenta. Três décadas completas após sua estreia em uma semi big band em 1983, Rosewoman lança sua primeira gravação, o disco duplo ao vivo da New Yor-Uba, “30 Years: A Musical Celebration of Cuba in America”, aclamada pela crítica. Agora, seis anos depois, vem “Hallowed”, com Rosewoman oferecendo apenas ligeiros refinamentos de um singular modelo da New Yor-Uba.

A joia da coroa aqui é “Oru de Oro” (“Room of Gold”), 10 músicas, em aproximadamente 48 minutos “uma suíte rítmica” contratada pela Chamber Music America. É amparada por batá drums, descrita por Rosewoman como “a orquestra do templo Yoruba”, com material recriado da tradição pelo folclorista Román Diaz. New Yor-Uba segue a tradicional “seis mãos” de batá, três bateristas batendo a dupla face da bateria, invocando o poder dos espíritos ancestrais. Ocasionalmente, a percussão assume o centro do palco, mas, majoritariamente, providencia uma densidade em staccato e sinuosidade, criando um robusto, ainda que maleável trampolim para os solos e refrões de Rosewoman e quatro ou cinco instrumentistas de sopro. Rosewoman tritura e galopa de forma reminiscente a McCoy Tyner, enquanto os instrumentos de sopro, geralmente, tocam com reduzida entonação, uma mistura em alto calibre de postbop e jazz latino. Para apreciar seu arco de ambição, importa suas passagens em força viva, e “Oru de Oro” é melhor apreciada direto de lá.

Dois outros extensos trabalhos, durando aproximadamente 10 minutos cada peça, completam “Hallowed”. “The Wind Is the First to Know” é uma coleção de canções tradicionais cantadas por Diaz e Nina Rodríguez, com a arejada ambiência do Fender Rhodes de Rosewoman, o instrumento dominante. Então há o balanço galopante de “Alabanza” (“Praise”), que deu a Rosewoman o prêmio Grammy de compositora de jazz latino em 2016, quando apareceu em Afro Latin Jazz Orchestra’s Cuba, “Conversation Continues”.

A fé permanente de Rosewoman nestes ritmos seculares, secretamente transmitido por palavras para salvaguardar sua potencialidade, providencia New Yor-Uba com uma idiossincrática disciplina similar a Zooid de Henry Threadgill ou Five Elements de Steve Coleman. Com estes grupos, ouvintes são ricamente recompensados pela marinação da música. A história passada sugere que você terá a plenitude de tempo antes de outra rodada passar a estar disponível.

Faixas: We Need You Now; Mountain Sky, Healthy Sky; Forest Of Secrets; Color Crown; Hallowed; Puntilla’s Gift; Two Bodies, One Heavenly Soul; The Heart Of It; Flowers That Bloom In The Dark; There Is Here, Then Is Now; The Wind Is The First To Know; Alabanza. (60:10)

Músicos: Michele Rosewoman, piano, Fender Rhodes, vocal; Alex Norris, trompete, flugelhorn; Román Filiú, saxofones alto e soprano, flauta; Stacy Dillard, saxofone tenor; Chris Washburne, trombone, trombone baixo, tuba; Andrew Gutauskas, saxofone barítono (11, 12); Gregg August, baixo; Robby Ameen, bateria; Román Díaz, Mauricio Herrera, batá, congas, vocal; Rafael Monteagudo, batá, congas; Nina Rodríguez, vocal (11).

Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)

 

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