
O vibrafonista Lackerschmid, apenas com 22 anos na época da
gravação, constrói estruturas brilhantes de um gélido cristal com cada sucesso
das baquetas. Muito como o trabalho de Gary Burton em “Crystal Silence”, os
humores que ele cria, especialmente em inéditas como “Why Shouldn’t You Cry”
são quase inumanos (ou talvez além do humano) em suas belezas e desenhos, espantosos
no silêncio que circunda cada nota.
Baker, então com 49 anos, no primeiro momento do seu retorno
após anos seguidos do vício nas drogas e encarceramento, tece entre estas construções
cristalinas sua nova e ofegante entonação. A mais leve indicação de sibilos
adiciona uma necessária ternura. “Blue Bossa” de Kenny Dorham é a faixa
principal do álbum, que permite ao trompete de Baker soprar como uma brisa, uma
voz reconfortante, que contrasta adequadamente com o suave tema no vibrafone.
Exigentes devem lamentar a exclusão de “Dessert”, a única
canção coescrita por Lackerschmid e Baker no lançamento original, mas a sobrenatural
quietude de Lackerschmid e Baker proporciona a mente, o corpo e alma nestes
tempos, que é merecedora de giros em seu toca-disco.
Faixas: 1.
Blue Bossa 3:49 | 2. Five Years Ago 3:36 | 3. Why Shouldn’t You Cry 4:40 | 4.
Dessert 6:54 | 5. Softly As A Morning Sunrise 6:07 | 6. You Don’t Know What
Love Is 7:53 | 7. Waltz For Susan 3:51 | 8. Double O 6:00 | 9. Why Shouldn’t
You Cry (mute) 4:34
Fonte: JACKSON
SINNENBERG (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário