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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

CHICK COREA - PLAYS (Concord)

Dentro dos últimos 18 meses, Chick Corea lançou álbuns com uma banda composta com 8 componentes latinos (Antidote com Spanish Heart Band) e um trio (Trilogy 2 com o baixista Christian McBride e o baterista Brian Blade). Em seu novo álbum “Plays”, a audiência ativa é a banda. “Aqui eu estou com meu piano”, ele diz na faixa de abertura. “A afinação do piano está encantadora, mas nós temos que afinar. Sim, nós temos”.

Corea atua firme. “Ahhh” a plateia canta atrás com uma risadinha nervosa. “Aaah-aaah”. E por aí vai. Ele provoca-a com frases crescentemente complicadas, então passa para uma adorável miscelânea de Piano Sonata em Fá de Mozart e “Someone to Watch Over Me” de George Gershwin. “Sinto-me desconfortável para apenas adentrar ao palco, tocar e acenar ao público” ele disse no informe para “Plays”. “Eu gosto que as pessoas se sintam como se estivessem em minha sala e nós estivéssemos convivendo”.

Desde seu começo na banda eletrificada de Miles Davis, Corea tem sido um sábio—um gênio acessível. Em “Plays”, que foi gravado em salas de concerto na Europa e Estados Unidos, ele deslumbra a audiência e a atrai. Às vezes, literalmente, como em “Portrait: Henrietta” e “Portrait: Chris” onde ele atinge a  audiência e improvisa poemas matizados sobre elas.

Estes “retratos” resultam de um jogo de infância que Corea jogou com sua família, mas o alimento de “Plays” é uma espécie diferente de jogo: comparações musicais. Felizmente, ele não faz preleção para a audiência sobre a teoria que o liga a Bill Evans (“Waltz for Debby”) e Antônio Carlos Jobim (“Desafinado”) ou Domenico Scarlatti (“Sonata in D Minor”) e Jerome Kern (“Yesterdays”). “O que Mozart e Gershwin têm a ver entre si? ” Corea pergunta na biografia. “Isto pode ser relevante para vocês, mas eles são análogos para mim”.

Ao longo prazo, “Plays” deve provar ser um ponto reservado até o próximo álbum em estúdio de Corea. Porém, desde que alguém estime que nós possamos embalar um concerto em uma sala, ouvindo este mestre trabalhar em espaços elegantes— não ao vivo, pelo Zoom, a partir de um porão, já que estamos todos, por enquanto em quarentena—será reconfortante. Até Corea pode sintonizar-nos na vida real, assim “Plays” estará ótimo.

Faixas : Disco 1: Chick Talks Mozart and Gershwin; Mozart: Piano Sonata in F, KV332 (2nd Part - Adagio); Someone to Watch Over Me; Improvisation on Scarlatti; Scarlatti: Sonata in D minor K9, L413 Allegro; Yesterdays; Chick Talks Bill Evans and Antonio Jobim; Waltz for Debby; Desafinado; Chopin: Prelude Op. 28 #4; Scriabin: Prelude Op.11 (Part 1) #4; Chick Talks Monk; Pannonica; Trinkle Tinkle; Blue Monk. Disco 2: Pastime Paradise; Chick Talks Paco; The Yellow Nimbus; Chick Talks Portraits; Portrait: Henrietta; Portrait: Chris; Chick Talks Duets; Duet: Yaron; Duet: Charles; Chick Talks Children's Songs; Children's Song No. 1; Children's Song No. 3; Children's Song No. 4; Children's Song No. 9; Children's Song No. 10; Children's Song No. 15; Children's Song No. 17; Children's Song No. 12.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=m6zgWyhv6yI

Fonte: MORGAN ENOS (JazzTimes)

 

 

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