Dentro dos últimos 18 meses, Chick Corea lançou álbuns com
uma banda composta com 8 componentes latinos (Antidote com Spanish
Heart Band) e um trio (Trilogy 2 com
o baixista Christian McBride e o baterista Brian Blade). Em seu novo álbum “Plays”,
a audiência ativa é a banda. “Aqui eu estou com meu piano”, ele diz na faixa de
abertura. “A afinação do piano está encantadora, mas nós temos que afinar. Sim,
nós temos”.
Corea atua firme. “Ahhh” a plateia canta atrás com uma risadinha
nervosa. “Aaah-aaah”. E por aí vai. Ele provoca-a com frases crescentemente
complicadas, então passa para uma adorável miscelânea de Piano Sonata em Fá de
Mozart e “Someone to Watch Over Me” de George Gershwin. “Sinto-me
desconfortável para apenas adentrar ao palco, tocar e acenar ao público” ele
disse no informe para “Plays”. “Eu gosto que as pessoas se sintam como se
estivessem em minha sala e nós estivéssemos convivendo”.
Desde seu começo na banda eletrificada de Miles Davis, Corea
tem sido um sábio—um gênio acessível. Em “Plays”, que foi gravado em salas de
concerto na Europa e Estados Unidos, ele deslumbra a audiência e a atrai. Às
vezes, literalmente, como em “Portrait: Henrietta” e “Portrait: Chris” onde ele
atinge a audiência e improvisa poemas
matizados sobre elas.
Estes “retratos” resultam de um jogo de infância que Corea jogou
com sua família, mas o alimento de “Plays” é uma espécie diferente de jogo: comparações
musicais. Felizmente, ele não faz preleção para a audiência sobre a teoria que o
liga a Bill Evans (“Waltz for Debby”) e Antônio Carlos Jobim (“Desafinado”) ou
Domenico Scarlatti (“Sonata in D Minor”) e Jerome Kern (“Yesterdays”). “O que Mozart
e Gershwin têm a ver entre si? ” Corea pergunta na biografia. “Isto pode ser
relevante para vocês, mas eles são análogos para mim”.
Ao longo prazo, “Plays” deve provar ser um ponto reservado
até o próximo álbum em estúdio de Corea. Porém, desde que alguém estime que nós
possamos embalar um concerto em uma sala, ouvindo este mestre trabalhar em
espaços elegantes— não ao vivo, pelo Zoom, a partir de um porão, já que estamos
todos, por enquanto em quarentena—será reconfortante. Até Corea pode sintonizar-nos
na vida real, assim “Plays” estará ótimo.
Faixas : Disco
1: Chick Talks Mozart and Gershwin; Mozart: Piano Sonata in F, KV332 (2nd Part
- Adagio); Someone to Watch Over Me; Improvisation on Scarlatti; Scarlatti:
Sonata in D minor K9, L413 Allegro; Yesterdays; Chick Talks Bill Evans and
Antonio Jobim; Waltz for Debby; Desafinado; Chopin: Prelude Op. 28 #4;
Scriabin: Prelude Op.11 (Part 1) #4; Chick Talks Monk; Pannonica; Trinkle
Tinkle; Blue Monk. Disco 2: Pastime Paradise; Chick Talks Paco; The Yellow
Nimbus; Chick Talks Portraits; Portrait: Henrietta; Portrait: Chris; Chick
Talks Duets; Duet: Yaron; Duet: Charles; Chick Talks Children's Songs;
Children's Song No. 1; Children's Song No. 3; Children's Song No. 4; Children's
Song No. 9; Children's Song No. 10; Children's Song No. 15; Children's Song No.
17; Children's Song No. 12.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=m6zgWyhv6yI
Fonte: MORGAN
ENOS (JazzTimes)
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