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domingo, 18 de outubro de 2020

IRO HAARLA, ULF KROKFORS & BARRY ALTSCHUL – AROUND AGAIN: THE MUSIC OF CARLA BLEY (TUM Records)


Uma vez a pianista/ harpista/compositora finlandesa Iro Haarla foi melhor conhecida como uma colaboradora do baterista Edward Vesala (1945-1999). Sua carreira floresceu no novo milênio, começando com “Penguin Beguine (TUM Records, 2005) ”, seguido por múltiplos lançamentos pela ECM e pela TUM Records, incluindo “Northbound (ECM, 2006) ”, “Vespers (ECM, 2011) ”, “Kirkastus (TUM, 2014) ”, um ousado lançamento em duo com o saxofonista Juhani Aaltonen, e um majestoso lançamento orquestral “Ante Lucem (ECM, 2016) ”, que parece não alcançou o devido reconhecimento.

Em “Around Again: The Music of Carla Bley”, Haarla convocou um soberbo trio de piano, apresentando seu antigo colaborador, o baixista Ulf Krokfors, e um novo companheiro, o baterista Barry Altschul, que tocou no início dos anos 1960 no trio de piano de Paul Bley, interpretando muitas das composições atraentes e incomuns de Carla Bley.

De certa forma, Haarla e Carla Bley parecem se ajustar ao balanço como almas afins. Ambas vieram para posições de proeminência e distinção na forma de arte, que esteve majoritariamente em um homem; ambas gastam o tempo como artistas do jazz na sombra do homem—embora, em parte, por escolha: Bley tem sempre estado mais concentrada em composições sobre performances, e Paul Bley atraiu talvez mais atenção que ela para interpretações das suas canções; enquanto Haarla começou como um suporte da estrela de Vesala, antes dela começar a incrementar a ascensão, brilhantemente, sobre o horizonte. E ambas escrevem, encantadoramente, composições amorfas.

A música apresentada aqui por Iro Haarla e seu trio é do repertório inicial de Carla Bley. As canções são tomadas a partir de canções de “Closer (ESP-Disk, 1965) ” de Paul Bley. A música é supremamente melódica—ainda que não seja a forma caminhando e assoviando, porém mais bem estruturada, vagando até onde os olhos alcançam. "Ida Lupino" uma das mais interpretadas composições de Carla Bley, soa como uma solene oração. "Closer" parece uma trilha sonora para filme sobre perda e confusão. "And Now, The Queen" tem um espírito comemorativo sóbrio e paciente. "Start" sente-se como uma frenética inversão.

A dinâmica do trio, do começo ao fim, é soberba, tão interativa, que empurra e puxa, cotovelo no cotovelo, dançante. Pode ser comparado com o melhor de tudo.
O fechamento do trabalho, "Jesus Maria", uma das composições iniciais de Carla Bley, foi gravada pelo Jimmy Giuffre 3 em “Fusion (Verve, 1961) ”. Apresenta um senso de tranquilidade, uma configuração de—com uma suave argila sonora—um espírito majestoso.

Faixas: Closer; Vashkar; Batterie; Ida Lupino; Around Again; Olhos De Gato; Intermission Music; King Korn; And Now, the Queen; Utviklingssang; Start; Jesus Maria.

Músicos: Iro Haarla: piano; Ulf Krokfors: baixo; Barry Altschul: bateria.

Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)

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