Este álbum expande o compositor e o baterista da série de
“Kind Of” de Wolfgang Haffner como sua oferta melhor integrada. Não apenas
porque a harmonia que ele compartilha com o baixista Lars Danielsson e o
pianista Simon Oslender seja tão involuntária quanto a respiração, mas também a
música gira a partir do núcleo do trio, que é reflexivo, a partir de um líder
que entende que o conforto é nascido da experiência.
Se no balanço discreto de “La Cumparsita”, no vislumbre
interno de “Respiro” ou na despedida sombria de “Recuerdos”, Haffner imagina
que cada dança não necessita estar em uma competição. E ele não teme deixar
melodias despertar lentamente, como em “El Gato”. Porém, o tango é melhor traçado
entre um salto e um rastejamento, e repousam em ritmos brilhantes de Haffner
neste balanço. Quintessência no conceito e execução em seu manejo de Astor
Piazzolla pela embalagem de familiares linhagens misteriosas de “Libertango” e
na menos conhecida neorrealista “Chiquilín De Bachín” no calor de um fogo
aberto, ele realça um rubor da sacralidade do secular. Nós acabamos com um
exame bem-vindo do tango: algo pessoal, moderno e espontâneo.
Faixas: Tango Magnifique; Tres Hermanos; La Cumparsita; El
Gato; Close Your Eyes And Listen; Libertango; Dando Vueltas; Tango Cordoba;
Respiro; Chiquilín De Bachín; Para Tito; Recuerdos. (49:45)
Músicos: Wolfgang Haffner, bateria; Lars Danielsson, baixo,
cello; Christopher Dell, vibrafone; Simon Oslender, piano; Vincent Peirani, acordeón;
Ulf Wakenius, guitarra; Alma Naidu, vocal; Sebastian Studnitzky, trompete; Bill
Evans (7, 9), saxofone; Lars Nilsson (3), flugelhorn.
Fonte:
Tyran Grillo (DownBeat)
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