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sábado, 28 de novembro de 2020

MARIEL BILDSTEN QUINTET - BACKBONE (Outside In)

Constantemente, imagine porque os trabalhos em estúdio, assim, raramente capturam a vibração casual do sucesso de fim de noite? Talvez, seja a pressão, com o relógio correndo, ou talvez sejam as circunstâncias envolvendo um encontro produzido contra um cenário estéril. Há, simplesmente, muitos fatores potenciais para identificar as causas exatas. Estúdio é estúdio, palco é palco. Porém, cada coisa vem através de uma gravação, que busca orientar estas linhas para um melhor efeito.

A estreia de Mariel Bildsten, uma trombonista em ascensão que já está, realmente, transformando-se em líder com sua atuação na Afro Latin Jazz Orchestra de Arturo O’Farrill, politicamente responsável pelo coletivo Brass Against, e com espírito aberto para o grupo de forró-funk, Nation Beat, realmente avalia as probabilidades. E este sucesso, obviamente, liga-se aos músicos, que provavelmente tem um pouco a fazer com a configuração também. Gravado em uma única noite após apresentações noturnas no Dizzy’s Club Coca-Cola em Janeiro de 2019, “Backbone” captura uma banda despreocupada. É apenas outra noite com a música fluindo, e que a aura sem ostentação faz deste álbum um encontro prazeroso.

O programa dá um salto com “Ecaroh” de Horace Silver, justapondo o flexível saxofone soprano de Stacy Dillard contra o sólido trombone, ainda que flexível, da líder. Então Bildsten faz um aceno a A Star Is Born  de 1954, “cantando” através do seu instrumento sobre algum sapateado suingante e solando sobre  as linhas vigorosas do baixista Ben Wolfe em “The Man That Got Away” de Harold Arlen. O quinteto passeia através da terceira faixa—o tango fascinante “Rosita” de Paul Dupont e Allan Stuart, um número exibindo a entonação do tenor de Dillard e o instrumento surdinado de Bildsten— e não há dúvida sobre as elevações da qualidade e do nível de conforto. Adiciona-se a isto uma tomada vencedora e bem delimitada de Kenny Dorham, na aquecida “Monaco”, uma descontraída aventura para o trombone e baixo em “Mood Indigo” e “The Lamp Is Low”, com a melhor inclinação latina, e você, então, tem cerca de 30 minutos de pura magia. A única coisa ausente é o mais do mesmo.

Faixas

1.       Ecaroh (Horace Silver) 5:44

2.       The Man That Got Away (Harold Arlen) 4:23

3.       Rosita (Paul Dupont, Allan Stuart) 5:48

4.       Monaco (Kenny Dorham) 4:51

5.       Mood Indigo (Duke Ellington, Barney Bigard) 4:28

6.       The Lamp is Low (Peter DeRose, Bert Shefter) 3:54

 Fonte: DAN BILAWSKY (JazzTimes)

 

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