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domingo, 13 de dezembro de 2020

MARY HALVORSON / JOE MORRIS – TRAVERSING ORBITS (Rogue Art)

Farinha do mesmo saco arrebanhadas é o tema da aclamada guitarrista Mary Halvorson, conforme ela fez um hábito, associando-se com companheiros em uma série de trabalhos. Proeminente entre eles é “The Maid With The Flaxen Hair: A Tribute to Johnny Smith (Tzadik Records, 2018) ” com Bill Frisell, mas, entre outros, há também encontros com Miles Okazaki em “Paimon: Mary Halvorson Quartet plays Masada Book Two (Tzadik Records, 2017) ” e parte dela em “Young Philadelphians” de Marc Ribot para considerar. Porém, nenhuma destas sessões soam algo como seu renovado conhecimento com seu professor Joe Morris em “Traversing Orbits”.

Os instrumentistas atuam sem adorno na guitarra, com Halvorson evitando os efeitos dos pedais, que ela costumeiramente explora para finais fantásticos. Como consequência é mais difícil que você consiga antecipar quem está contribuindo com o que, e não há ajuda disponível para os revestimentos. A suposição, aqui, é que o guitarrista no canal esquerdo, o único mais propenso a frases repetidas e figuras em registros mais baixos, seja Halvorson, enquanto o instrumentista mais abstrato, no canal direito, seja Morris. Isto emparelha com a foto dos dois na capa, mas seria bom ter uma confirmação. Não importa a origem, a matização frequentemente deslumbra.

Os guitarristas são soberbos improvisadores— o longo trabalho da década testemunha Halvorson em vários trios com Anthony Braxton, sextetos e grupos mais amplos, os quatro CDs de Morris, “Four Improvisations (Duo) 2007” e “Riti, 2017”, com o mesmo homem, com apenas uma das formas de evidências. Em toda parte, juntam-se as improvisações, que apresentam os dois protagonistas em quase constante diálogo. Como sempre em tais trabalhos o holofote está continuamente ativo, como ímpeto passa de um instrumentista para outro. Enquanto, canções e tempos estáveis estão ausentes, o final resulta em algo muito menos dissonante do que o esperado. De fato, frequentemente, os dois concordam em termos de dinâmicas, que um pouco mais malcriadas, não devem dar errado.

No entanto, contrastes emergem, como em uma espinhosa "Traces Of Three", onde uma passagem de um bom trabalho, que remoem no canal esquerdo, toma lugar contra a manutenção do esquema entalhado no canal direito. Porém, tais episódios passam rapidamente, como o sentimento de liderança e sustentação dissipam. Entretanto, inicia com um turbilhão de cordas dobradas e determinações afiadas, antes de mover-se em um emaranhado de toques não sintonizados, "Semaphore" ataca os limites do lirismo por quatro minutos e permanece na vizinhança do resto do trabalho. Outro momento notável inclui o adorável encerramento em "In Other Terms", tão explosivo, quase vocalizado, com notas aconchegando-se entre reflexões melódicas.

Se você gosta de uma guitarra aventurosa e intensa, mas destituída de exibicionismo, então este é um firmamento muito bonito.

Faixas: Brain Draft; Shivering Sunshine; Traces Of Three; Silence Invasion; Semaphore; Full Of Somehow; Constant Between; In Other Terms; Over The Line.

Muitos: Joe Morris: guitarra; Mary Halvorson: guitarra.

Fonte: John Sharpe (AllAboutJazz)

 

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