Sai daí,
Jelly Roll Morton, George Gershwin e Fats Waller. Abra espaço para Sir
Roland Hanna, Philip Glass e Sergei Prokofiev. Coerente com seus concertos e
gravações passadas, o pianista Aaron Diehl, outra vez, assume os holofotes com
inspirações nos seus ídolos com notável classe e originalidade.
Porém, antes de homenagear o desdobramento em “The Vagabond’,
Diehl distingue-se como um compositor em seu próprio modo com diversas peças
intrigantes, cada uma primorosamente sombreada ou impulsionada pelo baixista
Paul Sikivie e pelo baterista Gregory Hutchinson. A interação nuançada do trio
é uma maravilha para se ouvir nestas performances suaves, e, no entanto, mais
frequentemente do que não, o que as estabelece, para além dos trabalhos
contemporâneos de Diehl, é a rebeldia do pianista, a imprevisibilidade da sua mão
direita. Os desenhos e resoluções melódicas de Pat não são uma opção para Diehl,
parece não serem progressões rotineiras. Em vez disto, linhas elípticas de
notas simples emprestam às suas composições uma energia investigativa, uma
qualidade que vibrantemente compensa o seu inato lirismo. Com matizes de música
de câmara, interjeições em pizzicato, coloridos orquestrais e tangentes
surpreendentes e incrementos de arranjos amplos. A faixa título com sua
vacilante, ritmicamente, abertura e “Polaris” são exemplos principais.
Quanto às interpretações, por todo o respeito e afeição que Diehl
preserva em relação aos compositores representados aqui (incluindo John Lewis, cujos
laços com Diehl são bem documentados), o pianista de 34 anos, consistentemente,
estampa estas performances com seu próprio toque e personalidade. Sem dúvida,
muitos ouvintes atraídos pelo “Piano Etude No. 16” de Glass e pela “March from
Ten Pieces for Piano, Op. 12” de Prokofiev encontrarão muito prazer em “The
Vagabond”—mas terá a atenção chamada pelo tratamento sentimental de Diehl dado
a “A Story Often Told, But Seldom Heard” de Hanna, que tem um impacto mais
persistente.
Faixas: Polaris;
Lamia; Magnanimous Disguise; Park Slope; The Vagabond; Kaleidoscope; Treasures
Past; Prokofiev March; A Story Often Told, Seldom Heard; Milano.
Músicos: Aaron Diehl: piano; Paul Sikivie: baixo; Gregory
Hutchinson: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ITdji5t26g8
Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 30 melhores
lançamentos de 2020.
Fonte: MIKE JOYCE (JazzTimes)
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