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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

AARON DIEHL - THE VAGABOND (Mack Avenue)

Sai daí, Jelly Roll Morton, George Gershwin e Fats Waller. Abra espaço para Sir Roland Hanna, Philip Glass e Sergei Prokofiev. Coerente com seus concertos e gravações passadas, o pianista Aaron Diehl, outra vez, assume os holofotes com inspirações nos seus ídolos com notável classe e originalidade.

Porém, antes de homenagear o desdobramento em “The Vagabond’, Diehl distingue-se como um compositor em seu próprio modo com diversas peças intrigantes, cada uma primorosamente sombreada ou impulsionada pelo baixista Paul Sikivie e pelo baterista Gregory Hutchinson. A interação nuançada do trio é uma maravilha para se ouvir nestas performances suaves, e, no entanto, mais frequentemente do que não, o que as estabelece, para além dos trabalhos contemporâneos de Diehl, é a rebeldia do pianista, a imprevisibilidade da sua mão direita. Os desenhos e resoluções melódicas de Pat não são uma opção para Diehl, parece não serem progressões rotineiras. Em vez disto, linhas elípticas de notas simples emprestam às suas composições uma energia investigativa, uma qualidade que vibrantemente compensa o seu inato lirismo. Com matizes de música de câmara, interjeições em pizzicato, coloridos orquestrais e tangentes surpreendentes e incrementos de arranjos amplos. A faixa título com sua vacilante, ritmicamente, abertura e “Polaris” são exemplos principais.

Quanto às interpretações, por todo o respeito e afeição que Diehl preserva em relação aos compositores representados aqui (incluindo John Lewis, cujos laços com Diehl são bem documentados), o pianista de 34 anos, consistentemente, estampa estas performances com seu próprio toque e personalidade. Sem dúvida, muitos ouvintes atraídos pelo “Piano Etude No. 16” de Glass e pela “March from Ten Pieces for Piano, Op. 12” de Prokofiev encontrarão muito prazer em “The Vagabond”—mas terá a atenção chamada pelo tratamento sentimental de Diehl dado a “A Story Often Told, But Seldom Heard” de Hanna, que tem um impacto mais persistente.

Faixas: Polaris; Lamia; Magnanimous Disguise; Park Slope; The Vagabond; Kaleidoscope; Treasures Past; Prokofiev March; A Story Often Told, Seldom Heard; Milano.

Músicos: Aaron Diehl: piano; Paul Sikivie: baixo; Gregory Hutchinson: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ITdji5t26g8

Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 30 melhores lançamentos de 2020.

Fonte: MIKE JOYCE (JazzTimes)

 

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