O som do baixo de Eric Revis é um dos mais encantadores do jazz
moderno. Suas batidas e dedilhados são plenos de sentimentos e com a produção
de Ron St. Germain incrementando suas verdades texturais no trabalho deste
quinteto, que devemos ouvir, que são instigantes o bastante para serem
consideradas de primeira entre as iguais. Nas mãos de Revis, o baixo, tão bem
quanto a banda, apresenta um caráter orquestral.
“Slipknots Through a Looking Glass” reforça uma
representação, aos 53 anos, como de um cuidadoso poliglota. Você pode descobrir um
pouco das suas intenções pela forma que ele constrói a unidade para seu oitavo
álbum como líder: fora das engrenagens essenciais de prévias interações de seu
esquadrão (ões). Darius Jones e Bill McHenry agraciados em “In Memory of Things
Yet Seen”; Kris Davis erguido em “Sing Me Some Cry” e Chad Taylor dirigiram
esses impressionantes trabalhos. Cada participante revela-se em diversas demarcações
estilistas, enquanto promovem o melhor. Como o Serviço Postal dos Estados Unidos,
eles apresentam uma variedade de códigos de endereçamento.
Isto significa que o saxofonista balança entre traquinagens,
que invocam Griff , e foguetes líricos de Jaw e passagens cadenciadas à la
Braxton e Rivers em “Conference of the Birds” (todos sabem que Revis compôs alguns
dos mais belos trabalhos da praça). Significa que o pianista preparou as cordas
como agressiva pan drums ou estronda
como um dia de chuva na casa de Andrew Hill. Também significa que o baterista organiza
batidas irascíveis ou padrões de pulsação arejada (Justin Faulkner cai na
armadilha, tão bem, em duas faixas). Alusões sombrias, introspecções poéticas, sopros
tempestuosos em “Shutter” e o sol quebra através de “ProByte”— Revis perpetuamente
contorna a ação. E valoriza o baixo. Três versões discretas, mas
fantasmagóricas, da faixa título do álbum encontra-o explorando emoções com indefinida
mudança instantânea. Tenta agarrá-las e elas se vão. Parece que ele está no playground de casa, assim ele pode
revelar suas similaridades ocultas.
Faixas: Baby
Renfro; SpAE; Earl & the Three-Fifths Compromise; Slipknots Through a
Looking Glass, Part 1; Shutter; ProByte; Slipknots Through a Looking Glass,
Part 2; House of Leaves; When I Become Nothing; Vimen; Slipknots Through a
Looking Glass, Part 3.
Músicos: Eric Revis: baixo; Kris Davis: piano; Bill McHenry:
saxofone tenor; Darius Jones: saxofone alto; Chad Taylor: bateria; Justin
Faulkner: bateria.
Nota : Este disco foi considerado,
pela JazzTimes, uns dos 30 melhores lançados em 2020.
Fonte: JIM MACNIE (JazzTimes)
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