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sábado, 9 de janeiro de 2021

JAMES BRANDON LEWIS - AN UNRULY MANIFESTO (Relative Pitch)

O manifesto do saxofonista tenor James Brandon Lewis, impresso no encarte do álbum, apresenta a indisciplina como um movimento de autenticidade e originalidade, empurrando a convenção e a mesmice de conhecimento, profundidade e consideração para uma “existência de harmonia anterior” sobre a superficialidade e pretensão. Seu quinteto tem uma boa visão sobre a música através de intrigantes giros, intensos, impetuosos, imponentes e espinhosos—ainda que seja bem-vindos em toda a parte. Unida na direção, a banda espalha-se. A destreza segue em outras partes.

Lewis não renuncia a estrutura: Suas cinco peças longas, aqui, são entremeadas com breves interlúdios. “Year 59 Insurgent Imagination” inicia a gravação com um modelo amplo da guitarra, instrumentos de sopro entrando com triste elegância. E, posteriormente, três partes de “Pillars”, evidentemente excertos de um simples lançamento, recorre como ditames, ecos e memórias. O plano de trabalho, emprestando contrastes, enquanto construindo o poder.

Porém, este não é um álbum conceitual. É um trabalho de instantaneidade e engajamento. Sem mesmo referência improvisada para a espiritualidade, Lewis lidera sua banda sob caminhos de ferocidade polifônica que Albert Ayler e John Coltrane tomariam como transcedentes. Ele é mais secular. Paz, para Lewis, parece ser um assunto de luta com temas do aqui e agora, uma estética fundamentada no posicionamento similar a Archie Shepp ou Sonny Rollins.

Tendo lançado seis álbuns como líder—incluindo um conjunto de duetos, em 2018, com o baterista Chad Taylor—desde sua estreia em 2010, Lewis é admirado por seu som vigorosamente inconsciente e expressividade. Embora, ignorando convenções e ideologias, ele abarca o legado de Ornette Coleman, tendo estudado com Charlie Haden, e marca a influência em “Sir Real Denard” e “Haden Is Beauty”. Atento a estas autoridades, Lewis voa longe, alto e vigoroso, lançando-se a partir de temas arrojados, fortes balanços, formas em tom menor e ricos acompanhamentos. Ele encoraja todos os envolvidos a explodir, modelando episódios interiores, culminando em “Ascension” como “Escape Nostalgic Prisons”.

O trompetista Jaimie Branch, no primeiro álbum de Lewis que apresenta outro instrumentista de sopro, permanece próximo dele, adicionando gestos fanfarrões, berra, grita dentro de chamadas estridentes à la Don Cherry. A seção rítmica, um poder para si, do anterior “No Filter” de Lewis. O baixista Luke Stewart, enquanto estabelece a si mesmo, habilmente evocando o antigo colaborador de Lewis, Jamaaladeen Tacuma, tão bem quanto Haden. O baterista Warren Trae Crudup III preenche com uma trôpega guia a banda com suas ocupações produtivas incintadoras. O guitarrista Anthony Pirog vem com incitantes planos de fundo, efeitos selvagens e doces que conduzem (por instante, no fim de “Notes”).

Para que nós não nos esqueçamos que o jazz foi forjado por normas transgressoras, “An Unruly Manifesto” celebra as aspirações, complicações e resultados de liberdade.

Faixas: Year 59 Insurgent Imagination; An Unruly Manifesto; Pillar I: A Joyful Acceptance; Sir Real Denard; The Eleventh Hour; Pillar 2: What Is Harmony; Escape Nostalgic Prisons; Haden Is Beauty; Pillar 3: New Lived, Authority Died. (46:06)

Músicos: James Brandon Lewis, saxofone tenor; Jaimie Branch, trompete; Luke Stewart, baixo; Warren Trae Crudup III, bateria; Anthony Pirog, guitarra.

Fonte: Howard Mandel (DownBeat)

 

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