Melhor conhecido por sua associação na banda pioneira do jazz-rock,
Tortoise—e agora um instrumentista
mais velho entre um grupo de renegados de Chicago do século XXI, trazendo uma
elasticidade moderna para o slogam da AACM, “antigo para o futuro”—o guitarrista
Jeff Parker diz nas notas para o álbum “Suite for Max Brown”, que está sempre alerta
para “caminhos surpreendentes”. Esta intrépida curiosidade permeia o álbum, uma
coleção dedicada para sua mãe, ainda viva, Maxine, que tem umas polidas passagens
amorosas de humor abrupto e texturas variáveis.
A abertura, “Build a Nest”, soa como um tema de um desenho
animado tristonho eriçado por breakbeats
(NT: O Breakbeat é mais conhecido como
uma música que se caracteriza pelos samplers de ritmos hip-hop, funk e electro
e que logo se modificam e alteram para criar os denominados "breaks")
e alguns vocais alterados da filha de Parker, Ruby. Metamorfoseia um interlúdio
de 25 segundos, esguichado com um sample
de Otis Redding, que produz uma virada para “Fusion Swirl”. Parker, uma banda
de um homem só, comanda as linhas do baixo e da bateria, zumbido de sirene e
som como cascalho de asfalto sendo jogado no telhado.
Repentinamente, um quarteto ativo atua brilhantemente, mas
ainda beatífica a reinterpretação de “After the Rain” de Coltrane com a
guitarra de Parker e os teclados eletrificados de Josh Johnson substituídos
pelo sax e pelos pratos de Jamire Williams reverenciando a essência etérea. Então,
Parker volta para o mixer, brincando
com um carrilhão em “Metamorphoses”, amaciando-o com frases musicais repetidas
a partir de um Korg MS-20, que
gentilmente ondula como um colchão de água, que por sua vez suínga numa
interpolação empolgada de “Black Narcissus” de Joe Henderson reintitulada “Gnarciss”,
apresentando um sexteto que inclui cello, trompete piccolo e Makaya McCraven na
bateria.
McCraven está, também, presente para a implacavelmente
agitada “Go Away” com ágil apanhado de Parker, notas alegres únicas, rejeitando
um baixo e bateria laboriosos, apertando o balanço até a totalidade do
empreendimento, que inicia flertando com a noção de vir a ser um blues marcial.
O número final, “Max Brown”, com 10 minutos e 36 segundos de som de bufê e a composição
magna em uma coletânea de 11 músicas, que cronometra abaixo de 40 minutos. Apresenta
melodiosa batida central de mochileiro hip-hop, ocasionalmente abre-se para
exibir algumas texturas, agregando uma jornada que aprecia seu equilíbrio com
uma boa-noite de sono. Não podemos esperar ouvir como Jeff Parker tentará surpreender
a si mesmo no próximo.
Faixas : Build
a Nest; C'mon Now; Fusion Swirl; After the Rain; Metamorphoses; Gnarciss;
Lydian, Etc; Del Rio; 3 for L; Go Away; Max Brown.
Músicos : Jeff
Parker: guitarra, vocal, piano, KORG MS20, sampleamento, edição, guitarra baixo,
percussão, glockenspiel, sequenciador,
JP-08, midi strings, pandeiro,mbira,
piano elétrico; Paul Bryan: baixo, vocal; Josh Johnson: saxofone alto, piano
elétrico; Rob Mazurek: trompete (7); Makaya McCraven: bateria, sampler (6,10); Jamire Williams: bateria;
Jay Bellerose: bateria (9); Ruby Parker: voz, vocal (1) ; Katinka Kleijn: cello
(6); Nate Walcott: trompete (11).
Nota: Este álbum foi escolhido, pela JazzTimes, como um dos 30
melhores de 2020.
Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)
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