Para “Brazilian Whispers”, a veterana flautista Andrea
Brachfeld mergulha profundo no repertório de Jobim, transformando em
interpretações modernas jóias familiares. Melhor conhecida por suas afiliações
com Slide Hampton, Wallace Roney e Dave Valentin, Brachfeld está reunida à sua
banda regular de trabalho— antigos colaboradores, Bill O’Connell ao piano e
Rhodes, o baixista Harvie S e o baterista Jason Tiemann— em torno de metade das
faixas. “Double Rainbow”, com suas texturas acústicas-elétricas impulsionadas
pelo piano elétrico, faz uma abertura suave, a seção rítmica conduzindo um
tempo de uma valsa suave, que apoia os solos de Brachfeld, O’Connell e o guitarrista
Roni Ben-Hur. “Waters of March”, apresentando uma das mais belas melodias de
Jobim, é renovada como algo suingante, enquanto a bela “Amparo” é pré-fornecida
com um pouco de tempo livre e o cintilante Ben-Hur, na afiada guitarra espanhola,
antes de Brachfeld liderar na flauta. Ela permanece na flauta descontraída em “Never
Let Me Go”, gravada como tributo para o falecido Roy Hargrove.
Outras entonações e texturas aparecem em outras partes, cortesia
do suporte do baterista brasileiro Portinho, e do baixista guitarrista,
artesão, Lincoln Goines, com quem O’Connell tocou na banda de Valentin. Múltiplas
partes sobrepostas da flauta ressaltam o tema de “Passarim”, que apresenta
solos extensos por parte da líder e do pianista. “Ligia” beneficia-se dos balanços
levemente funkeados de Goines-Portinho, como faz na reharmonizada e
reconfigurada “Girl from Ipanema”.
Brachfeld e O’Connell também colaboraram em três faixas
inéditas, incluindo a com toque de bossa “Sonhos e Cores” (“Dreams and
Colors”), outra das seis faixas reforçadas pela propulsão e colorido de Ben-Hur.
“Triste e Solitária” (“Sad and Lonely”) abre a vitrine para o virtuosismo
técnico de Harvie S e o arrojo melódico, e o samba de encerramento “Espaço Aberto”
(“Open Space”) zera na sessão de outro baixista, com amplo campo para a
elasticidade de Goines com declarações dedilhadas. Em torno dos três minutos, a
peça jovial realiza uma perfeita saideira.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=JrS5CR47U0o
Fonte: PHILIP
BOOTH (JazzTimes)
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