O guitarrista californiano, residente no Brooklyn, Will
Bernard passou dos 60 no ano passado, mas você, seguramente, não saberia ao
olhar para ele ou ouvindo-o. Realmente, sua mente aberta e estilo flexível em
seu toque o faz parecer, consistentemente, mais jovem que a sua idade, cuja
carreira de gravação iniciou 30 anos atrás. Esta noção foi estimulada pelo seu
trabalho no meado dos anos 1990 na inovadora banda da Bay Area, T.J. Kirk, na
qual ele ajudou a elaborar versões instrumentais divertidas e criativas do material
de James Brown, Thelonious Monk e Rahsaan Roland Kirk com guitarristas como Charlie
Hunter e John Schott e o baterista Scott Amendola. A carreira solo de Bernard
iniciou logo depois disto, e seu recente “Freelance Subversives” continua este
movimento jovial.
A disposição natural de Bernard resultou em um catálogo que
abrange diversas coisas, do jazz tradicional à world music ao hip-hop. Os benefícios incluem uma destreza que lhe
dá igual base em limpas entonações semiacústicas na guitarra, como uma abertura
calorosa em “Pusher Danish” e distorções e efeitos nos subsequentes números funk como “Back Channel”, incrementados
pelo tecladista Eric Finland, pelo baixista Ben Zwerin, pelo baterista Eric
Kalb e pelo percussionista Moses Patrou. Mais que um matiz do trabalho do
guitarrista ao lado do trio Galactic
do baterista natural de New Orleans, Stanton Moore, que traz à tona um
sentimento da sua cidade natal como suporte em “Raffle”, com Finland e o colega
tecladista Ben Stivers duelando e o saxofonista tenor/barítono Skerik formando
uma seção sobreposta de instrumentos de sopro de um homem só.
Jay Rodriguez atua, do mesmo modo, nos saxes tenor e barítono
e flauta nos ensebados números funk, “Grunk”, “Skill Set” (que apresenta um estandarte
num inspirado solo bop de Bernard), e na faixa título, e John Medeski adiciona
sua assinatura no Hammond e Wurlitzer em partes da contagiante
“Clafunj” e acidez na balada com som tribal, “Garage A”, neste disco todo original.
A única coisa ausente é uma interpretação instrumental de uma joia. Talvez, o
próximo trabalho de Bernard poderia incluir uma interpretação apropriada para “Forever
Young” de Bob Dylan.
Faixas: Pusher
Danish; Back Channel; Raffle; Blue Chenille; Grunk; Clafunj; Freelance Subversive;
Lifer; Garage A; Skill Set; We the People.
Músicos: Will
Bernard: guitarra; John Medeski: teclados; Skerik: saxofone; Jay Rodriguez:
saxofone; Jeff Hanley: baixo; Eric Kalb: bateria; Moses Patrou: percussão; Eric
Finland: teclados; Ben Stivers: teclados; Ben Zwerin: baixo.
Fonte: BILL
MEREDITH (JazzTimes)
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