A nascida em Copenhagen, Agnes Obel, sintoniza fantasmas,
espíritos, e pesadelos, com sua voz gélida com ondulações elevadas por
instrumentação dispersa e efeitos de estúdio. É perfeita trilha sonora para
lamentações e assassinatos, com sua música melancólica já provou em programas
de TV como a série dinamarquesa “The Rain” e a alemã, “Dark”, tão bem quanto ao
jogo de vídeo “Dark Souls III: The Fire Fades Edition (aviso: “Sangue e
Violência”). Atmosferas inquietantes de “Myopia” são uma nota antipeã para
indigência da companhia amorosa. Nós todos estamos lá.
Composto, arranjado, produzido e mixado por Obel—que também
atuou nos vocais, piano, teclados, sintetizadores, batidas e ritmos—Myopia foca
na parte suave da glândula pituitária, que controla a proteína CRF1, também
conhecida como “molécula da miséria”. Ambiciosa e autossuficiente, Obel
experimenta com vocais empenados e com mixagem de sons, cordas, piano, celesta
e luthéal, um piano extra harmônico
usado por Ravel.
A abertura, “Camera’s Rolling”, guincha e faz ruído como um demônio
lendário arrastando correntes conforme Obel canta, murmura, zumbe e arrulha
sobre um piano acústico espiralado e cordas macabras. “Island of Doom” inicia
com acordes galopantes ao piano, adequando a um auto comercial, seguido por
murmúrios ásperos de Obel e vocais ininteligíveis. Porém, não há resistência para
seu singularmente fascínio angelical; pense em Kate Bush e Tori Amos fazendo serenata
para Ammit. Adiciona encantamentos aplicados em “Roscian” e a faixa título—a
última envolvida em grandes batidas similares a papel e cordas como de Stravinsky,
conforme Obel estabelece seus vocais para criar um coro lodoso. O álbum encerra
com a reflexiva “Won’t You Call Me”, a voz de Obel vibrando sobre o estrondo do
piano como uma aparição flutuando no vento.
Faixas
1 Camera's
Rolling
2 Broken
Sleep
3 Island
Of Doom
4 Roscian
5 Myopia
6 Drosera
7 Can't
Be
8 Parliament
Of Owls
9 Promise
Keeper
10 Won't You Call Me
Nenhum comentário:
Postar um comentário