A era do jazz loft
está pronta em “The Fire Still Burns” do saxofonista Alan Braufman, um álbum que
aproveita energia incontida e improvisação áspera para elaborar um trabalho que
seja acessível e lírico, ainda que incorpore um caráter do free-jazz dos anos 70. Nos anos entre esta oferta e “Valley Of
Search” de 1975—o saxofonista apenas lidera outro trabalho—Braufman mergulhou
em outros gêneros, excursionando com Carla Bley em The Psychedelic Furs e Philip Glass. Seu léxico musical sem limites
é evidente aqui, também, suingante das delicadas linhas bop às frenéticas
improvisações free.
Em “Sunrise”, a melodia romântica do pianista Cooper-Moore pinta
uma arrebatadora abertura dos instrumentos de sopro excitantes de Braufman e
James Brandon Lewis. Como em Valley Of
Search, Braufman, habil e metodicamente, abre a pista para seus
companheiros de banda, cujo virtuosismo e perspectivas adicionais diversas
elevam suas composições e agrega ricos elementos para improvisações desinibidas.
A bateria dramática de Andrew Drury, com alta octanagem, coloca ataques encrespados
de Cooper-Moore em frente e ao centro de “No Floor No Ceiling”. Porém, o quinteto
retira mais domínios acessíveis no fim da gravação, o blues lânguido de Drury assentando
a fundação para Braufman e a chamada sentimental de Lewis e resposta em “Alone
Again” e na faixa título.
Faixas:
Sunrise; Morning Bazaar; No Floor No Ceiling; Home; Creation; Alone Again; The
Fire Still Burns; City Nights. (35:58)
Músicos:
Alan Braufman, saxofone alto, flauta; Cooper-Moore, piano; James Brandon Lewis,
saxofone tenor; Ken Filiano, baixo; Andrew Drury, bateria; Michael Wimberly,
percussão (2, 8).
Fonte:
Ivana Ng (DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário