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segunda-feira, 29 de março de 2021

CHARLES TOLLIVER – CONNECT (Gearbox Records)

Exponha mais bandeiras. “Connect”, o primeiro lançamento do trompetista Charles Tolliver em uma década, é monstruoso. De um bom tempo de um sábado à noite na abertura "Blue Soul", até a intensidade, com toque espanhol, no encerramento sinuoso de "Suspicion", o álbum encontra Tolliver no topo do seu jogo, que iniciou a sua carreira de gravação no meado dos anos 1960. Ele está diante de um quinteto estadunidense que traz coragem e balanço do meado dos anos 1960 via banda hard-bop da Blue Note, enquanto soe totalmente 2020. A formação é acrescida em duas das quatro faixas pelo saxofonista tenor Binker Golding, um dos novos talentos do moderno jazz londrino. É uma combinação fantástica.

Aparições mais antigas de Tolliver em gravações— em “It's Time (Blue Note, 1964) ” de Jackie McLean e liderando seu próprio grupo no álbum ao vivo, “The New Wave In Jazz (Impulse!, 1966)”, com a curadoria de Leroi Jones— posicionando o  excepcional talento do instrumentista e do compositor em uma segunda onda hard bop. Notáveis seguimentos em álbuns como “Action (Blue Note,1967) ” de McLean, “Serenade To A Soul Sister (Blue Note, 1968) ” de Horace Silver e “Stoned Soul Picnic (Atlantic, 1968)” de Roy Ayers. Após atuar e gravar com Gerald Wilson em Los Angeles por um ano, Tolliver retornou para sua casa em Nova York, requisitado por Max Roach, com quem ele trabalhou por dois anos ou três anos.

Tolliver realizou uma imensurável contribuição para o jazz, quando ele cofundou o selo Strata-East com o pianista Stanley Cowell em 1971. O Strata-East lançou quase sessenta álbuns durante os anos 1970, quando foi a primeira plataforma para a interseção do hard bop e spiritual jazz.

Tolliver faz parte da realeza do jazz, a despeito de uma fileira de álbuns finos pela Strata-East, cujo catálogo é pequeno quando comparado àqueles de alguns dos seus companheiros. Ele muda seus projetos com cuidado e seu controle de qualidade está no ponto. Assim, o lançamento de “Connect”, gravado em Londres no final de 2019, é duplamente benvindo.

O saxofonista alto, Jesse Davis, o pianista Keith Brown, o baixista Buster Williams e o baterista Lenny White, cada um deles, compartilham os holofotes. Golding está em companhia ágil, mas com três álbuns marcantes sob sua união com Binker e Moses, não tem necessidade para provar qualquer coisa para qualquer pessoa, e em seus solos ele cresce com sua habitual firmeza elegante.

Faixas: Blue Soul; Emperor March; Copasetic; Suspicion.

Músicos: Charles Tolliver: trompete; Jesse Davis: saxofone alto; Binker Golding: saxophone tenor (2, 4); Keith Brown: piano; Buster Williams: baixo; Lenny White: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=n52SvMHOcCg

Nota : Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 30 melhores álbuns lançados em 2020.

Fonte: Chris May (AllAboutJazz) 

 

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