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quarta-feira, 31 de março de 2021

CHICK COREA & THE SPANISH HEART BAND – ANTIDOTE (Concord Jazz)

O homem que compôs “Spain”, e gravou “My Spanish Heart” e “Touchstone”, é aquele que está seriamente interessado sobre a as possibilidades do casamento entre flamenco e jazz. Ele retornou para estas possibilidades regularmente durante sua carreira, mas “Touchstone” de 1982 foi a última exploração ampla em álbum do conceito por parte de Chick Corea. Aparentemente, 40 anos mais tarde, “Antidote” traz um estrondoso retorno, muito da gravação revisitando canções do disco anterior de Corea, “Spanish”. Como se para não deixar dúvida sobre sua seriedade, embora, ele incorpore um dançarino de flamenco, Nino De Los Reyes, para agir como um virtuoso percussionista.

A presença do seu Fender Rhodes e sintetizadores fazem lembrar aos ouvintes que Corea é, como sempre, um pioneiro da fusion. Porém, a aparição do cantor panamenho Rubén Blades em “Antidote” e “My Spanish Heart” utiliza as sonoridades e ritmos que vêm das culturas afrocaribenhas e não da Europa. “My Spanish Heart” também coloca a chave afrocubana na frente e no centro. Então, há a brasileira, “Desafinado” e “Pas De Deux”, um fragmento do balé de um Stravinsky.

Corea apresenta tudo como um pacote unificado, e tudo funciona, primariamente por causa da sua presença inconfundível ao piano, ao lado da flauta de Jorge Pardo e a sublime guitarra de Niño Josele. Mesmo com seus solos finos em “Duende” e “Armando’s Rhumba”, o trompetista Michael Rodriguez e o trombonista Steve Davis frequentemente aparecem como uma vitrine, suplementar, pois majoritariamente a banda colore a forte elevação que Corea, Josele e Pardo estão ralizando em músicas como “Zyriab” e “Admiration”. Não é apenas os instrumentistas de sopro, mesmo o interlúdio do sapateado em “The Yellow Nimbus (Part 1) ”, às vezes, vem com um glorioso acompanhamento de flauta, piano e guitarra.

“Antidote” também sofre de sua inevitável (e aparentemente, dado o nome da banda e repertório desejado) comparação com seus predecessores, que utilizaram o flamenco. “My Spanish Heart” e “Touchstone” demonstaram a excitação da descoberta e da audácia. Porém, há certa a desacelerada na introdução, em pouco mais de um minuto, para “My Spanish Heart”, apresentando um coro sobreposto de vozes (toda cortesia de Gayle Moran Corea, a esposa do líder), e paixão restrita de todos os envolvidos na apropriada “My Spanish Heart”. O resto da gravação consiste de agradável profissionalismo, o trabalho de técnicos confiantes que não sentem pressão para tocar nas bordas das suas habilidades. Os mais rápidos passeios, como nos rápidos uníssonos de Corea e Josele em “The Yellow Nimbus (Part 1)”, reciclam passagens como o líder tem feito milhares de vezes com Return To Forever ou sua Elektric Band.

Corea é incapaz de algo menos que sólido, um trabalho competente, e “Antidote” não é exceção. Porém, seu flamenco tempera a carência de entusiasmo.

Faixas: Antidote; Duende; The Yellow Nimbus (Part 1); The Yellow Nimbus (Part 2); Prelude To My Spanish Heart; My Spanish Heart; Armando’s Rhumba; Desafinado; Zyryab; Pas De Deux; Admiration. (74:35)

Músicos: Chick Corea, piano, teclados; Michael Rodriguez, trompete; Steve Davis, trombone; Jorge Pardo, saxofone, flauta; Niño Josele, guitarra; Carlitos del Puerto, baixo; Marcus Gilmore, bateria; Luisito Quintero, percussão; Rubén Blades (1, 6), Gayle Moran Corea (5, 6), Maria Bianca (8), vocal; Nino De Los Reyes, sapateado (3).

Fonte: Michael J. West (DownBeat)  

 

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